Tragédia no Aterro da Estrutural: Jovem de 21 anos morre em acidente de trabalho
Jovem morre em acidente de trabalho no aterro da Estrutural

Era mais um dia comum no aterro sanitário da Estrutural — ou pelo menos deveria ser. O sol escaldante do Distrito Federal, aquele que parece derreter até a sombra, castigava os trabalhadores como de costume. Mas o que aconteceu naquela sexta-feira, 19 de julho, foi longe de ser rotineiro.

Um jovem de 21 anos, cujo nome ainda não foi divulgado pela família, perdeu a vida enquanto cumpria suas funções. Segundo testemunhas, tudo aconteceu rápido demais para qualquer reação. Um equipamento pesado, daqueles que parecem monstros de metal, teria sofrido uma falha mecânica. O rapaz não teve chance.

Quem era o jovem?

Colegas de trabalho descrevem o moço como "aquele tipo de pessoa que iluminava o ambiente". Chegava cedo, fazia seu serviço sem reclamar e ainda arranjava tempo para contar uma piada ou outra. "Ele tinha planos, sabe? Queria juntar dinheiro pra estudar", contou um amigo, com a voz embargada.

Morador da própria Estrutural, o jovem deixou mãe e dois irmãos mais novos. A família, claro, está arrasada. "Ele era nosso sustento", disse a mãe, entre lágrimas. Difícil não se emocionar.

Condições de trabalho em questão

Aqui é que a coisa fica complicada. Trabalhar em aterro nunca foi brincadeira — o cheiro, o calor, o risco constante. Mas será que as empresas estão fazendo o suficiente pela segurança dos funcionários? Pergunta que não quer calar.

Alguns trabalhadores, que pediram para não serem identificados, reclamam da falta de manutenção nos equipamentos. "A gente vive avisando que tá perigoso, mas ninguém escuta", desabafou um deles. Outro completou: "É sempre assim, só lembram da segurança quando acontece uma desgraça".

O que dizem as autoridades?

O Ministério Público do Trabalho já foi acionado e prometeu investigar o caso a fundo. Enquanto isso, a empresa responsável pelo aterro emitiu uma nota dizendo que está "profundamente consternada" e que vai cooperar com as investigações. Sabe como é, o velho discurso corporativo.

O sindicato dos trabalhadores já marcou uma assembleia para discutir medidas. "Não podemos aceitar que vidas sejam perdidas por negligência", declarou o presidente da entidade, com aquele tom de quem já viu essa história se repetir muitas vezes.

Enquanto isso, na Estrutural, o lixo continua chegando — assim como as perguntas sem resposta. Quantos acidentes ainda vão acontecer até que algo mude de verdade? Difícil dizer. O que sabemos é que uma família perdeu um filho, um irmão, um amigo. E o pior? Ele não vai ser o último.