
Era pra ser mais um dia normal de trabalho na roça, mas terminou em tragédia. Naquela tarde de quarta-feira (23), enquanto o sol castigava o cerrado mato-grossense, um jovem de 24 anos — cujo nome a família pediu pra não divulgar ainda — fazia a limpeza de rotina de um maquinário agrícola. De repente, o impensável: uma descarga elétrica violenta atravessou seu corpo.
Segundo colegas que presenciaram a cena — e ainda estão em choque —, o rapaz não teve chance. "Foi tudo muito rápido. A gente ouviu um barulho seco, e quando correu pra ver...", conta um dos trabalhadores, com a voz embargada. A fazenda fica na região de Rondonópolis, a cerca de 210 km de Cuiabá.
Falta de sorte ou negligência?
Os bombeiros chegaram rápido, mas já era tarde. O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso confirmou que a vítima recebeu uma descarga de alta voltagem — algo que, em condições normais, nunca deveria acontecer. "Esse tipo de acidente geralmente envolve falhas na isolação dos equipamentos ou procedimentos inadequados", explica um perito que prefere não se identificar.
E aqui vem o detalhe mais revoltante: não era a primeira vez que os trabalhadores reclamavam dos "fios encapados com fita isolante improvisada". Será que essa morte poderia ter sido evitada? A pergunta fica no ar, enquanto a Delegacia Regional do Trabalho já anunciou vistoria nas propriedades da região.
O que diz a lei
- Norma Regulamentadora 10 (NR-10) exige qualificação específica para trabalhos com eletricidade
- Equipamentos agrícolas devem passar por manutenção preventiva regular
- Empregador é responsável por fornecer EPIs adequados
Enquanto isso, na pequena cidade onde o jovem cresceu, amigos se revezam para consolar a família. "Ele era trabalhador, do tipo que nunca reclamava", diz um primo, segurando a foto de formatura do rapaz. A vida no campo é dura — todos sabem —, mas ninguém merece partir assim, tão cedo e de maneira tão brutal.