
Imagine o desespero: sirenes estridentes, fumaça densa engolindo corredores, e aquele cheiro de queimado que gruda na garganta. Foi assim que começou a tarde de terror para dezenas de funcionários de uma fábrica na Zona Leste de Manaus nesta segunda-feira (5).
Por volta das 14h30, testemunhas relatam que as primeiras labaredas surgiram no setor de armazenamento — e em questão de minutos, o fogo se alastrou feito rastilho de pólvora. "Parecia filme de ação, mas era a nossa realidade", contou um operário que preferiu não se identificar, ainda visivelmente abalado.
Correria contra o tempo
Vídeos feitos pelos próprios trabalhadores — e que viralizaram nas redes — mostram cenas de puro caos:
- Pessoas correndo em direções opostas, sem saber qual era a saída mais segura
- Gritos desesperados se misturando ao barulho das chamas
- Equipamentos sendo abandonados às pressas
"A sorte é que o alarme funcionou direito", comentou uma mulher que trabalha no administrativo. "Senão, quem sabe o que poderia ter acontecido..."
Reação rápida salva vidas
Os bombeiros chegaram em menos de 15 minutos — tempo recorde para a região. Dois caminhões-pipa e uma equipe especializada em resgate trabalharam por quase três horas para controlar o sinistro.
Dados preliminares:
- Nenhuma vítima fatal (graças a Deus!)
- 3 pessoas com intoxicação por fumaça, já estabilizadas
- Danos materiais estimados em R$ 2 milhões
O que mais assustou os especialistas? "A velocidade com que o fogo se propagou", explicou o capitão Rocha, do Corpo de Bombeiros. "Material inflamável mal armazenado é pedir para dar merda, desculpe a franqueza."
E agora?
A fábrica — que produz componentes eletrônicos — está interditada até segunda ordem. A delegacia especializada em acidentes de trabalho já abriu inquérito para apurar as causas. E olha que tem coisa estranha:
• Extintores vencidos desde março
• Saídas de emergência parcialmente obstruídas
• Denúncias anônimas sobre fios desencapados
Enquanto isso, os funcionários aguardam ansiosos — será que vão receber salários durante a paralisação? Será que vão ter emprego para voltar? Perguntas que ninguém sabe responder ainda.
Uma coisa é certa: esse dia vai ficar marcado na memória de todos que estavam lá. E serve de alerta para outras empresas — segurança no trabalho não é brincadeira, gente!