O mar, que tantas vezes alimentou sua família, cobrou um preço cruel nesta quarta-feira (24). José da Silva, 41 anos, pescador experiente da região de Laguna, em Santa Catarina, não voltou para casa após uma rotina que, em segundos, virou pesadelo.
Tudo começou por volta das 6h da manhã, quando ele e outros pescadores saíram para o trabalho. A rede de José — aquela mesma que já trouxera tantos peixes — ficou presa nos molhes. E foi aí que o destino deu seu golpe.
O momento crítico
"Ele pulou na água sem pensar duas vezes", contou um dos colegas, ainda abalado. "A gente avisou, mas... sabe como é pescador, teimoso." As ondas, mais fortes do que pareciam, arrastaram José como se fosse um brinquedo. Em questão de segundos, ele desapareceu na espuma.
Os bombeiros chegaram rápido, mas o mar já tinha feito sua escolha. O resgate durou horas — aquelas horas que pesam como anos para quem espera na praia.
O resgate e a dor
Por volta das 10h, o corpo foi encontrado a cerca de 200 metros do local do acidente. "É sempre difícil", confessou um dos socorristas, com a voz embargada. "Principalmente quando é alguém da comunidade."
Laguna, cidade que vive do mar, hoje chora um de seus filhos. José deixou esposa e dois filhos — o caçula nem completou 10 anos. A família, em choque, recebe vizinhos e amigos numa casa onde o cheiro de café não disfarça o gosto amargo da perda.
Dados que doem: só este ano, já são 3 mortes similares na região. Os pescadores reclamam da falta de equipamentos de segurança — "a gente trabalha no olho do tigre", dizem. Enquanto isso, o mar segue indiferente, batendo nas pedras como se nada tivesse acontecido.
