
O Rio Tocantins, que normalmente serpenteia tranquilo pela paisagem maranhense, foi palco de uma tragédia que cortou o coração de Ribamar Fiquene nesta segunda-feira (21). Por volta do meio-dia, uma canoa improvisada — daquelas que a gente vê todo dia carregando gente pra lá e pra cá — simplesmente capotou, jogando seus 10 passageiros nas águas que, pra variar, estavam mais revoltas que torcedor em dia de clássico.
Dentre os que caíram, dois não resistiram: um jovem de 22 anos — cheio de sonhos, como qualquer um nessa idade — e uma criança de apenas 8 anos, que mal começava a escrever sua história. Os outros oito conseguiram ser resgatados, mas não sem antes passar por momentos de puro desespero. (Quem já se viu numa situação dessas sabe que é cada segundo parecendo uma eternidade.)
Os detalhes que mais doem:
- A embarcação era claramente superlotada — coisa comum por essas bandas, mas nem por menos perigosa;
- Testemunhas disseram que o rio estava "bravo", com correntezas que nem os mais experientes pescadores locais recomendariam enfrentar;
- O socorro demorou mais do que deveria — como quase sempre acontece nessas áreas mais afastadas.
Os bombeiros, quando finalmente chegaram, trabalharam feito loucos. Mas, entre um mergulho e outro, só conseguiram recuperar os corpos já sem vida. "É sempre assim", comentou um morador antigo, com aquela voz cansada de quem já viu cena parecida demais. "A gente avisa, fala, implora... mas no fim sempre rola uma desgraça dessas."
Enquanto isso, as famílias — essas sim, as verdadeiras vítimas que sobram nesses casos — tentam entender como um trajeto tão comum pode terminar em luto. O prefeito já prometeu "tomar providências", mas todo mundo sabe como essas promessas costumam acabar... especialmente em ano que não é eleitoral.
O que resta agora é o velório, os enterros, e aquela pergunta que nunca tem resposta: por que justo com eles?