
Parece que o represamento dos preços das passagens de ônibus que ligam o Distrito Federal às cidades do Entorno ganhou um fôlego extra — e isso, convenhamos, é uma raridade nos dias de hoje. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) resolveu dar uma esticada no prazo que as empresas de transporte tinham para aplicar o reajuste tarifário. A decisão saiu no Diário Oficial da União desta sexta-feira (23) e, bem, é daquelas que a gente comemora.
O que estava prestes a virar? Originalmente, as permissionárias tinham até o dia 26 de agosto — isso mesmo, segunda-feira que vem — para dar a notícia que ninguém quer ouvir: o aumento no valor da tarifa. Agora, graças a uma prorrogação, elas ganharam mais trinta dias. Até 26 de setembro, portanto, os valores seguem como estão.
E o que levou a essa decisão?
Ah, a burocracia! A ANTT justificou a medida citando a… como dizer… «complexidade inerente ao processo de revisão tarifária». Traduzindo: analisar todos os dados, planilhas e custos enviados pelas empresas para definir um reajuste justo (ou pelo menos defensável) está levando mais tempo do que o previsto. Surpresa? Nem um pouco.
Mas calma, isso não significa que o aumento não vá acontecer. Longe disso. Só significa que ele foi postergado. A ANTT deixou claro que está finalizando a análise técnica dos pedidos — e que, uma vez concluída, publicará uma portaria autorizando o novo patamar tarifário. Aí, sim, as empresas terão seu mês a partir da publicação para colocar os novos valores em prática.
E para o passageiro, o que muda?
No curto prazo, alívio. Um mês a mais com o preço atual no bolso. Para milhares de pessoas que dependem dessas linhas diariamente para trabalhar, estudar ou circular entre as regiões, é uma pequena vitória. Um respiro financeiro num cenário onde todo centavo conta.
Mas fica o alerta: o reajuste vem. A ANTT já sinalizou que a autorização sairá em breve. Então, se você é usuário dessas linhas, aproveite os valores atuais enquanto pode. Porque a partir de setembro — ou outubro, dependendo de quando sair a portaria —, a conta pode ficar mais salgada.
No fim das contas, é mais um capítulo da novela do transporte público no Brasil: um drama entre custos, prazos e o bolso de quem precisa pegar o ônibus todo santo dia.