
Imagine sair de casa e, no caminho do trabalho, se deparar com um cruzamento que parece uma roleta-russa. É assim que moradores do Setor Balneário, em Goiânia, descrevem a esquina das ruas B-12 e B-14 — um ponto que, sem aviso prévio, virou um pesadelo no trânsito.
"É cada susto!" reclama Dona Marta, aposentada que atravessa o local diariamente. "Ontem mesmo quase fui atropelada por um carro que não parou — nem placa, nem faixa, nada." Ela não está exagerando: o local, movimentado como formigueiro em dia de chuva, carece até do básico.
O que falta?
- Sinalização vertical (aqueles postes com placas, sabe?)
- Faixa de pedestres — sim, parece piada, mas não tem
- Redutores de velocidade (os famigos "quebra-molas")
E olha que não é coisa de agora. Segundo o síndico do condomínio vizinho, há registros de quase um susto por semana — alguns com direito a capotamento cinematográfico. "Já acionamos a prefeitura três vezes este mês", diz ele, mostrando protocolos amarelados de tanto serem manuseados.
E a prefeitura?
Pelo telefone, um assessor — que pediu para não ser identificado — garantiu que "o caso está em análise". Tradução: na fila junto com outros 200 pontos críticos da cidade. Enquanto isso, os moradores improvisam. "Colocamos até cone de obra roubado da esquina", confessa um jovem, entre risos nervosos.
O problema? Esse trecho virou rota de fuga para quem quer fugir do semáforo da avenida principal. Resultado: motoristas em alta velocidade, pedestres em pânico e uma pergunta no ar — será preciso um acidente grave para alguém tomar providências?
Enquanto a burocracia anda a passo de tartaruga, a comunidade se organiza. Um abaixo-assinado circula pelos prédios da região, e há até um grupo no WhatsApp para registrar os "quase-acidentes". "É o jeito", suspira uma mãe que leva crianças à escola pelo local. "Até porque, como diz o ditado: depois da casa cair, todo mundo vê onde deveria ter colocado a viga."