Tragédia no Piauí: Família faz apelo comovente para que imagens de acidente fatal não sejam compartilhadas
Família pede: não compartilhem imagens de acidente fatal

O silêncio que se seguiu à notícia foi quebrado por um pedido que vem direto do coração. Lá no Piauí, uma família tenta reconstruir os pedaços após perder um ente querido num daqueles acidentes que a gente nunca imagina que vai acontecer perto da gente.

Na última sexta-feira, aquela estrada PI-130, que liga União a Altos, foi palco de uma tragédia que tirou a vida do médico anestesiologista Fábio Rocha Lima. O carro em que ele estava simplesmente saiu da pista—e o que era um trajeto rotineiro se transformou numa cena de pesadelo.

Um apelo que vem da alma

Enquanto tentam digerir a dor inexplicável, os familiares fazem um apelo que, sinceramente, deveria ser óbvio mas precisa ser dito: por favor, não compartilhem as imagens do acidente. Não é só uma questão de respeito, é sobre não revirar a faca na ferida de quem já está sofrendo demais.

"A gente já tem que lidar com a falta, com o vazio que ficou", desabafa um parente, com a voz embargada. "Ver aquelas cenas circulando por aí é como se a tragédia se repetisse a cada compartilhamento."

Quem era Fábio Rocha Lima?

Mais do que uma vítima de acidente, Fábio era aquela pessoa que fazia diferença na vida dos outros. Formado há mais de vinte anos—um veterano na arte de cuidar—ele dedicou a carreira toda ao SUS, atendendo em União e também na capital, Teresina. Imagina quantas vidas ele tocou? Quantas cirurgias fez com que fossem menos assustadoras para os pacientes?

Colegas de trabalho lembram dele como "o tipo de profissional que a gente espera encontrar num momento de vulnerabilidade"—calmo, competente, humano. Justamente o oposto da violência brutal do acidente que ceifou sua vida.

O perigo escondido nas estradas

A PI-130, onde tudo aconteceu, é daquelas estradas que enganam. Parece tranquila, mas exige atenção redobrada—especialmente naquele trecho específico, que já foi cenário de outros incidentes. O que será que aconteceu exatamente? As investigações vão apurar, mas a verdade é que nenhuma explicação técnica vai preencher o buraco que ficou na família.

E tem uma coisa que me incomoda: por que a gente só se dá conta dos perigos das nossas estradas quando a tragédia bate à porta? É sempre assim—um susto que vira estatística, que vira notícia, que vira luto.

Quando a tecnologia vira crueldade

Nessa era de celulares e compartilhamento instantâneo, o que era para conectar acaba machucando. Em vez de solidariedade, algumas pessoas oferecem espetáculo—e a família pede, quase suplica, que isso pare.

"A dor já é grande demais", repete um familiar, num cansado refrão que ninguém deveria ter que cantar. "Deixem nossa família chorar em paz."

O corpo do médico foi velado em União, seguindo para sepultamento em Altos—a cidade onde ele nasceu e onde agora descansa. Enquanto isso, o apelo ecoa: respeitem a memória, respeitem o luto, respeitem a vida que se foi.