
Não é brincadeira. O Distrito Federal virou palco de uma verdadeira revolta no asfalto nesta terça-feira (13). De um lado, motoristas profissionais e donos de autoescolas; do outro, uma mudança na lei que promete sacudir o jeito como os brasileiros tiram sua carteira de motorista.
O cerne da treta? O fim da obrigatoriedade das aulas em autoescolas para quem quer a CNH. Parece simples, mas a bagunça tá armada — e não é pouca.
O protesto que parou o trânsito (e as redes sociais)
Imagine a cena: dezenas de veículos avançando em marcha lenta pela Esplanada dos Ministérios, buzinas ecoando como um megafone coletivo. Não, não era um novo bloquinho de carnaval fora de época. Era gente do volante mostrando a força — e a preocupação.
"É um tiro no pé", dispara Marcos, instrutor há 15 anos, enquanto ajusta o boné suado. "Como vão aprender a dirigir sem orientação profissional? Vai virar faroeste."
Do outro lado do debate, os defensores da medida argumentam que os custos proibitivos das autoescolas excluem muita gente. "Paguei quase R$ 3 mil na minha CNH", conta a estudante Luísa, de 21 anos. "Se meu tio pode me ensinar com segurança, por que não?"
Os dois lados da moeda
- Prós da mudança: Redução de custos, flexibilidade no aprendizado e acesso democratizado
- Contras: Risco de formação deficiente, possível aumento de acidentes e impacto econômico no setor
Especialistas em trânsito parecem divididos. Enquanto alguns aplaudem a modernização, outros torcem o nariz. "Sem padrões mínimos, cada um vai inventar seu jeito de ensinar", alerta a engenheira de tráfego Ana Paula Mendes. "E depois reclamam dos buracos nas ruas..."
O Departamento de Trânsito (Detran) garante que os exames teóricos e práticos continuarão rigorosos. Mas será que isso basta? A discussão promete esquentar ainda mais — e não só no calor de Brasília.