
Às vezes a vida prega peças terríveis. Coisas que a gente nunca espera, que acontecem num piscar de olhos e viram o mundo de cabeça para baixo. Foi assim naquela quarta-feira comum, um dia que começou normal em Santos, mas que terminou com uma dor que nenhum pai deveria carregar.
O menino — uma criança cheia de vida — fez um último pedido ao pai. Algo simples, inocente, desses que toda criança faz: "Pai, compra um doce para mim?". Quem poderia imaginar que seriam suas últimas palavras?
O acidente que mudou tudo
Pouco depois desse momento doce, o impensável aconteceu. Na Rodovia Cônego Domenico Rangoni, aquela que liga São Vicente a Praia Grande, o menino foi atingido por um carro. O choque foi tão forte que não deu chance. A Polícia Militar Rodoviária chegou rápido, mas já era tarde demais.
O motorista — um homem de 44 anos — parou imediatamente. Você imagina o desespero dele? Cooperou com tudo, contou sua versão, mas a verdade é que nenhuma versão vai trazer aquela criança de volta.
"Era meu melhor amigo"
O que mais corta o coração é ouvir o pai falar sobre o filho. Não era só sangue, era amizade pura. "Era meu melhor amigo", disse ele, com uma voz que devia pesar toneladas. Como medir uma dor dessas?
E pensar que minutos antes estavam juntos, pai e filho, numa conversa normal sobre doces. A vida é mesmo impiedosa às vezes.
O que acontece agora?
O caso segue nas mãos da 1ª Delegacia de Polícia de Praia Grande. Eles estão apurando todos os detalhes, tentando entender como tudo aconteceu. O condutor foi liberado depois de prestar depoimento, mas carregará esse peso para sempre.
Enquanto isso, naquela casa em Santos, sobra um silêncio que dói. O doce que nunca será comprado, o abraço que não virá, o amigo que partiu cedo demais. Algumas histórias a gente conta com o coração na mão — e essa é uma delas.
Restam as lembranças. E a pergunta que não cala: por que as coisas mais dolorosas acontecem nos dias que parecem mais comuns?