
Era para ser o começo de tudo. O capítulo mais doce da vida a dois, recém-iniciado após o sim no altar. Mas o que deveria ser a volta feliz da lua de mel transformou-se num pesadelo sem fim para a família do músico Guilherme Henrique Cruz.
Aos 26 anos, Guilherme tinha tudo pela frente. Um talento nato que fazia os instrumentos falarem, uma carreira musical em ascensão na pacata Taquaritinga, e agora um amor recém-celebrido. Quem diria que a Rodovia SP-310, aquela mesma estrada que tantas vezes percorrera entre ensaios e apresentações, seria palco de sua partida tão abrupta?
O Acidente que Calou a Música
Naquele domingo comum, o que ninguém esperava era o desfecho trágico. Por volta das 15h30, nas proximidades do km 320, o veículo que transportava Guilherme e sua esposa envolveu-se num acidente de proporções fatais. Os detalhes ainda são escassos — a Polícia Rodoviária investiga as causas — mas o resultado foi implacável.
O músico não resistiu. Sua esposa, cujo nome permanece em respeito ao luto, sobreviveu. Que ironia cruel: voltavam justamente da lua de mel, período que deveria ser o mais feliz de suas vidas.
Mais que um Número: Quem Era Guilherme?
Ah, Guilherme... Não era apenas mais um nome nas estatísticas trágicas do trânsito. Na verdade, ele era daqueles jovens que dão orgulho à cidade. Natural de Taquaritinga, carregava no sangue o dom da música — aquele tipo de talento que não se aprende em escola, mas que nasce com a pessoa.
Seu trabalho como músico não era só profissão; era vocação. Quem o via tocando sabia que estava diante de algo especial. A cidade inteira reconhecia seu valor, e agora chora sua ausência como se tivesse perdido um filho.
O Silêncio que Ficou
O corpo de Guilherme foi velado no mesmo Taquaritinga que o viu crescer e se tornar artista. O sepultamento aconteceu no Cemitério Municipal, num daqueles cortejos fúnebres que doem na alma — especialmente quando quem parte é tão jovem, com tantos sonhos por realizar.
Enquanto isso, a esposa segue hospitalizada. Imagino o turbilhão de emoções que deve estar sentindo — da dor física dos ferimentos à angústia indescritível de perder o companheiro justamente quando começavam sua vida a dois.
Reflexão Necessária
Histórias como a de Guilherme nos fazem parar e pensar, não é mesmo? Quantas vezes pegamos a estrada sem dar muita importância, como se fôssemos invencíveis? A verdade é que a vida pode mudar — ou terminar — num piscar de olhos, num trecho qualquer de rodovia.
Talvez a maior homenagem que possamos fazer ao músico de Taquaritinga seja redobrar o cuidado nas estradas. Porque por trás de cada estatística de acidente há uma história como a dele: alguém que amava, era amado, e tinha muito ainda para viver.
Que sua música ecoe na memória de quem o conheceu, e que sua partida nos lembre do valor incalculável de cada vida que trafega por nossas rodovias.