Não deu tempo de reagir. Num piscar de olhos, toneladas de concreto vieram abaixo como um castelo de cartas — só que, nesse caso, o preço foi uma vida. Na manhã desta quinta (8), um motorista de caminhão morreu de forma trágica em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, após um muro de contenção simplesmente desabar sobre sua cabine.
Segundo testemunhas — gente que ainda tremia ao contar —, o barulho foi ensurdecedor. "Parecia um trovão misturado com vidro quebrando", disse um vendedor ambulante que preferiu não se identificar. Quando a poeira baixou, o que se viu foi um cenário digno de filme catástrofe: o caminhão, um Volvo vermelho, completamente esmagado pela estrutura que cedeu sem aviso.
O que se sabe até agora?
Os bombeiros chegaram rápido, mas já era tarde. O motorista — um homem de 47 anos cuja identidade ainda não foi divulgada — não resistiu aos ferimentos. A equipe de resgate precisou de quase três horas para remover os escombros e retirar o corpo.
- O acidente aconteceu por volta das 10h30 na Rua da Praia, altura do número 450
- O muro tinha aproximadamente 4 metros de altura e pertencia a um terreno particular
- Moradores reclamam que já haviam alertado sobre rachaduras na estrutura
E aqui vem o detalhe mais revoltante: será que dava pra evitar? Pelos relatos, aquela parede já era uma "bomba-relógio" há meses. "Todo mundo aqui sabia que uma hora ia cair", soltou uma senhora enquanto abanava o rosto, nervosa. O dono do imóvel, segundo a prefeitura, tinha alvará para reforma — mas nunca começou os trabalhos.
E agora?
A delegacia local abriu inquérito pra apurar as causas do desabamento. Será que foi falta de manutenção? Má construção? Ou simplesmente o tempo fez seu trabalho silencioso? Enquanto isso, a família do motorista — um cara descrito como "trabalhador que só queria levar o pão de cada dia pra casa" — chora uma perda que, francamente, não deveria ter acontecido.
Ah, e pra completar o caos: o trânsito na região ficou um inferno por horas. A rua, que já é estreita, virou um quebra-cabeça pra carros e pedestres. Até o meio da tarde, uma retroescavadeira tentava — sem muito sucesso — limbar a bagunça de ferro e cimento.
