
Era uma noite como outra qualquer quando Lucas Fernandes, 24 anos, saiu de casa prometendo voltar em algumas horas. O motociclista — que adorava a liberdade das estradas — tinha um encontro marcado com a namorada em um bar da região. Só que o reenheiro nunca chegou.
Três dias de angústia. Três noites sem dormir. Até que, numa curva esquecida da MG-050, um caminhoneiro avistou algo que não deveria estar ali: pedaços de uma moto vermelha espalhados como brinquedos quebrados.
O que as investigações revelaram
Segundo o boletim policial (aquele documento cheio de termos técnicos que ninguém entende direito), o rapaz perdeu o controle da motocicleta numa descida íngreme. Sem proteção adequada — porque, vamos combinar, capacete balançando no braço não conta —, o impacto foi fatal.
Detalhe macabro: o corpo ficou preso num matagal tão fechado que os bombeiros precisaram de equipamentos especiais. "Parecia que o mato tinha engolido ele", contou um dos socorristas, ainda abalado.
Família em choque
A mãe do jovem, Dona Marta, recebeu a notícia enquanto preparava o jantar. "Eu sabia... Desde que ele não atendeu o telefone naquela noite, eu sabia", repetia entre soluços. O irmão mais novo, que sempre admirou a coragem do Lucas nas estradas, agora mal consegue olhar para motos.
E a namorada? Bem, ela esperou até o bar fechar. Mandou 37 mensagens. Nenhuma resposta. Só descobriu a verdade quando a polícia bateu na porta dela — aquela visita que ninguém quer receber.
Números que doem
Parece estatística, mas cada caso é um mundo desabando:
- +18% de acidentes com motos na região só este ano
- 7 das 10 mortes no trânsito local foram de motociclistas
- 60% sequer usavam equipamento de segurança completo
Enquanto isso, no mesmo trecho da estrada onde Lucas perdeu a vida, motos continuam passando em alta velocidade. Algumas até fazem aquela manobra arriscada — sabe qual é — de ultrapassar pelo acostamento. Vida que segue? Nem para todo mundo.