A BR-285, uma daquelas estradas que cortam o Rio Grande do Sul como uma cicatriz no mapa, testemunhou mais uma cena de horror na madrugada de sábado. Por volta das 3h30, o silêncio da noite foi estilhaçado por um impacto violento - daqueles que não deixam dúvidas sobre a gravidade.
Um carro de passeio e um caminhão se encontraram de frente, num daqueles momentos que mudam famílias para sempre. E mudaram. Quatro pessoas, todas ocupantes do veículo menor, não resistiram aos ferimentos. A Polícia Rodoviária Federal chegou rápido, mas só pôde constatar o óbito.
As vítimas
Dois homens e duas mulheres - essa é a conta fria da tragédia. Mas por trás dos números, histórias interrompidas brutalmente. Duas das vítimas, sabe-se agora, eram de Santa Maria. A outra dupla? Ainda se tenta localizar familiares, esse trabalho doloroso que ninguém gostaria de fazer.
O caminhão, pasmem, estava vazio. Sim, transportava apenas ar - ironia cruel do destino. Seu motorista, milagrosamente, saiu ileso. Deve estar agora, imagino, tentando processar o que aconteceu, revivendo cada segundo antes do impacto.
Cena devastadora
Os bombeiros de São Sepé, quando chegaram, depararam-se com uma visão dantesca. O carro - ou o que restou dele - parecia uma lata de refrigerante amassada por uma mão gigante. As ferramentas de resgate trabalharam com aquela mistura de urgência e resignação que só quem vive essas situações conhece.
E agora? A estrada foi liberada só por volta do meio-dia, depois de horas de perícia e limpeza. O trânsito voltou a fluir, como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu, sim. Quatro pessoas se foram num piscar de olhos.
O que levou à colisão? Más condições da pista? Falha humana? Sono? Excessos de fim de semana? A PRF investiga, claro. Mas as respostas, essas, nunca trarão de volta quem se foi. Resta o alerta: nas estradas, a vida pode mudar de direção mais rápido que imaginamos.
