Mecânico condenado a 12 anos por atropelar mãe e filha na faixa e fugir: Justiça do ES não perdoa
Mecânico condenado a 12 anos por atropelamento fatal

O silêncio naquela faixa de pedestres em Vila Velha foi quebrado de forma brutal. E o eco daquela tarde fatídica ainda ressoa nos corredores do Fórum de Cariacica. Doze anos de prisão. Essa foi a sentença que caiu como um martelo sobre o mecânico Wanderson da Silva Nascimento.

Agora, imagine a cena: uma mãe e sua pequena filha, apenas sete anos de vida, cruzando tranquilamente a faixa. De repente, um carro surge como um raio. O impacto é inevitável. E o que acontece depois? O motorista simplesmente acelera e some na poeira da estrada.

Os detalhes que doem

Era 7 de outubro de 2022. O local: Rua São Paulo, no bairro Soteco. A vítima fatal foi Eliane Fonseca, de 38 anos. Sua filha, Maria Eduarda, não resistiu aos ferimentos. Duas vidas interrompidas num piscar de olhos.

O que mais revolta nesses casos - e digo isso depois de cobrir tantos processos judiciais - não é apenas o acidente em si. É a fuga covarde. É deixar pessoas jogadas na rua como se fossem lixo. Wanderson poderia ter parado, prestado socorro, assumido sua responsabilidade. Mas preferiu fugir.

A investigação que não descansou

A Polícia Civil, preciso reconhecer, fez um trabalho digno de elogios. As câmeras de segurança foram cruciais. Testemunhas se manifestaram. As peças do quebra-cabeça se encaixaram até que, em março de 2023, o mecânico foi localizado e preso em flagrante.

Durante o julgamento, a defesa tentou argumentar que não houve intenção de matar. Mas o Ministério Público foi incisivo: dirigir de forma perigosa e fugir depois mostra total desprezo pela vida alheia.

O peso da sentença

Doze anos parece muito? Para algumas famílias, nunca será suficiente. O juiz Leonardo de Oliveira Dutra foi categórico ao considerar que Wanderson agiu com "extremo desrespeito à vida humana". E tem mais: além da prisão, ele terá que pagar indenização por danos morais à família.

O caso serve como alerta para todos nós. Quantas vezes vemos motoristas acelerando perto de faixas? Quantos tratam a via pública como se fosse pista de corrida? Talvez seja hora de repensarmos nossa relação com o volante.

Enquanto isso, em algum lugar do Espírito Santo, uma família tenta reconstruir sua vida sem duas peças fundamentais. E a justiça, ainda que tardia, mostrou que atos covardes não ficam impunes.