
O coração de uma mãe não descansa. Dona Maria (nome fictício para preservar a identidade), residente no interior paulista, vive o pesadelo de quem perdeu um filho em um acidente de trânsito completamente evitável. Seu João (também nome fictício), motociclista de 28 anos, teve a vida ceifada quando um ônibus fez uma conversão proibida, arremessando-o contra o asfalto.
O caso, que aconteceu em plena luz do dia, chocou a região. Testemunhas afirmam que o motorista do coletivo ignorou a sinalização — algo que, convenhamos, não é exatamente novidade por essas bandas. Mas quando o descaso custa uma vida, a história muda de figura.
Uma luta contra o sistema
Desde o fatídico dia, Dona Maria transformou sua dor em combustível. "Eles acham que vão engolir meu filho como se fosse mais um número", desabafa, com a voz embargada mas firme. "Enquanto eu tiver força nas pernas, vou brigar até o fim."
E não tem sido fácil. Entre burocracias intermináveis e respostas evasivas das autoridades, a sensação é de que o sistema foi feito para cansar quem busca justiça. Mas ela insiste — com advogados, com a imprensa, com qualquer um que esteja disposto a ouvir.
O que diz a lei
Pela legislação brasileira, conversões irregulares como essa configuram infração gravíssima. O motorista do ônibus, que continua trabalhando normalmente (sim, você leu certo), pode responder por homicídio culposo no trânsito. Mas entre o "pode" e o "vai", como sabemos, existe um abismo.
Especialistas consultados destacam que:
- A empresa de transporte pode ser corresponsabilizada
- O local do acidente já tinha histórico de irregularidades
- Falta fiscalização efetiva nesse trecho da cidade
Enquanto isso, Dona Maria conta os dias sem o filho. "Ele era minha alegria", lembra, passando os dedos sobre uma foto desgastada. "Agora só me resta lutar para que nenhuma outra mãe passe por isso."