
Pois é, meus amigos, a situação chegou num ponto crítico que beira o absurdo. Enquanto os números de acidentes nas estradas disparam feito fogos de independência, o governo resolveu fazer uma gambiarra perigosa: desligou os olhos eletrônicos das rodovias. E agora a Justiça Federal, cansada dessa palhaçada, entrou em campo com um veredito duríssimo.
Numa decisão que ecoa como um tiro de advertência, a Justiça mandou o governo religar imediatamente todos os radares desativados nas rodovias federais. E não foi um pedido educado não — foi uma ordem com gosto de ultimato. O descumprimento vai doer no bolso: R$ 100 mil por dia de multa. Uma facada dessas ia deixar qualquer contribuinte de cabelo em pé.
O que levou a essa bomba relógio?
Tudo começou quando o Ministério da Infraestrutura — numa jogada no mínimo questionável — resolveu desativar 60% dos radares das estradas federais. Alegaram que precisavam «revisar os critérios» e «estudar a eficácia» dos equipamentos. Conveniente, não? Enquanto isso, as mortes no asfalto continuavam rolando soltas.
O Ministério Público Federal não engoliu essa história. Meteu o pé na porta e foi direto à Justiça argumentando uma coisa óbvia: desligar radares em plena epidemia de acidentes é como fechar os hospitais numa pandemia. A medida, segundo eles, foi «arbitrária, perigosa e completamente desconectada da realidade».
E o juiz? Mandou ver.
No documento, a linguagem é seca e direta: a decisão do governo «carece de fundamentação técnica» e «ignora completamente o princípio da proteção à vida». O magistrado foi incisivo — disse que não dá pra brincar com segurança pública como se fosse jogo de videogame.
E tem mais: a determinação judicial não deu margem para rodeios. O governo tem que apresentar, em 48 horas, um cronograma detalhado da reativação de cada equipamento. Sem chorumelas, sem delongas. É agora ou nunca.
O que me deixa perplexo — sinceramente — é a teimosia. Todo mundo sabe que radar salva vidas. Reduz velocidade, evita tragédias, protege famílias. Desligá-los por conta própria parece aquela velha mania brasileira de achar que lei é sugestão.
Enquanto isso, nas estradas, a lei virou a do mais rápido. Motoristas aproveitando a brecha, pé na tábua, ultrapassagens perigosas. Um convite ao caos. E o pior: quem paga o pato é sempre o mesmo — o cidadão que só quer chegar vivo em casa.
Agora o governo se encurralou. Ou obedece a Justiça e assume o erro, ou encara uma multa diária que vai fazer barulho até no Orçamento da União. Difícil entender qual é a dificuldade em fazer o óbvio.
No fim das contas, a mensagem que fica é clara: no Brasil, às vezes é preciso um choque de autoridade para lembrar alguns que segurança não é moeda de troca — é obrigação. E que bom que a Justiça ainda está aí para cutucar quem esquece.