
Era uma manhã como qualquer outra na BR-101, mas o que aconteceu por volta das 7h30 desta segunda-feira (28) vai marcar para sempre a família de Lucas (nome fictício). O garoto de 16 anos — cheio de sonhos e daquela energia típica da adolescência — não sobreviveu ao choque violento entre sua moto e um sedan na altura do km 12, em Parnamirim.
Segundo testemunhas, o adolescente teria perdido o controle da motocicleta ao desviar de um buraco (sim, aqueles que viraram 'atração turística' nas nossas estradas) e colidiu de frente com o outro veículo. O impacto foi tão forte que o capacete — aquele equipamento que muitos acham 'desnecessário' — ficou totalmente destruído.
O socorro que não chegou a tempo
O Samu chegou em 12 minutos — tempo considerado rápido pelos padrões locais — mas já era tarde. Os paramédicos encontraram o jovem com traumatismo craniano grave e múltiplas fraturas. "Tentamos de tudo", disse um dos socorristas, com a voz embargada. "Mas esses casos... quando é na cabeça..." A frase ficou pela metade, como acontece quando a emoção fala mais alto.
Enquanto isso, no local do acidente:
- Um sapato escolar jogado no asfalto
- O cheiro de gasolina e borracha queimada
- O silêncio pesado dos motoristas que pararam para ajudar
O motorista do carro, um senhor de 54 anos que preferiu não se identificar, saiu ileso fisicamente. Mas o trauma psicológico? Esse vai durar. "Eu só vi a moto vindo na minha direção... não deu tempo de frear", contou, ainda tremendo, aos policiais do BPRv.
Números que doem
Você sabia que o Rio Grande do Norte tem a 3ª maior taxa de mortalidade no trânsito entre jovens de 15 a 19 anos? Pois é. E o que estamos fazendo pra mudar isso? Pergunta retórica, claro — porque todo mundo sabe que as campanhas educativas são insuficientes e a fiscalização, aquela piada pronta.
O caso foi registrado como 'acidente de trânsito com vítima fatal' no 12º DP. A perícia vai apurar se havia excesso de velocidade (aposto que sim) ou se outros fatores contribuíram para a tragédia. Enquanto isso, na escola onde Lucas estudava, os amigos se revezavam entre o choro e a incredulidade. "Ele era o cara mais cuidadoso da turma", disse um colega, segurando o celular com a última foto do grupo.