
Era para ser mais uma noite como qualquer outra em Porto Velho. Mas o destino — cruel e impiedoso — tinha outros planos. Por volta das 23h desta segunda-feira (11), um rugido de motor cortou o silêncio do bairro Nacional. Era uma moto, veloz demais, descontrolada demais.
Testemunhas contam que o jovem, cuja identidade ainda não foi divulgada, parecia "voar baixo" pela Rua Rio de Janeiro. Até que, num piscar de olhos, tudo mudou. O poste de iluminação surgiu como um gigante de concreto diante da motocicleta. O impacto foi tão violento que deixou marcas no asfalto — e uma família despedaçada.
O socorro que não chegou a tempo
Moradores acordaram com o estrondo. "Pareceu um trovão", disse Dona Maria, 62 anos, que vive há décadas no local. Ela foi uma das primeiras a correr para ajudar, mas o que viu a fez recuar. "Nunca vou esquecer aquela cena. O moço todo machucado, a moto feita em pedaços..."
O SAMU chegou em 12 minutos — tempo recorde para a região. Os paramédicos, experientes, não precisaram de muitos exames. A fratura exposta no crânio, o sangue escuro formando poças... Tudo indicava o pior. "Fizemos o possível, mas algumas batalhas já chegam perdidas", confessou um dos socorristas, sob condição de anonimato.
As perguntas sem resposta
- Por que tanta pressa numa via residencial?
- O jovem teria ingerido álcool? (A polícia aguarda laudo toxicológico)
- Falta de iluminação contribuiu para o acidente?
A Polícia Militar isolou a área por três horas. Enquanto isso, no chão, restos do capacete — que, segundo os peritos, não estava sendo usado corretamente. "Se tivesse colocado direito, talvez...", murmurou um agente, deixando a frase no ar.
No hospital, a cena era de desespero. Parentes chegaram chorando, alguns precisando de atendimento psicológico. "Ele era um bom menino", soluçava uma tia. "Só queria chegar em casa rápido depois do trabalho."
"Cada poste naquela rua é um monumento à imprudência. Quantos mais vão morrer antes de tomarmos consciência?" — Desabafo de um comerciante local
O caso segue sob investigação, mas já serve de alerta. Motociclistas representam 70% das vítimas fatais no trânsito de Rondônia — estatística que dói na alma. Enquanto isso, na Rua Rio de Janeiro, restam apenas marcas de pneu e flores murchando no poste número 14.