
Uma tarde que começou como qualquer outra terminou em tragédia no bairro Cambuí, em Campinas. Um adolescente de 15 anos — cujo nome a família pediu para não divulgar — foi atropelado enquanto atravessava a rua por volta das 16h desta segunda (11). O que parecia ser um acidente comum revelou-se bem mais grave no hospital: além de múltiplas fraturas, os médicos encontraram um coágulo sanguíneo no cérebro.
"Ele tava indo pra casa do amigo, como fazia toda semana. A gente nem imaginava que...", conta a mãe, entre lágrimas, no corredor do Hospital Municipal. O motorista, segundo testemunhas, não teria visto o garoto devido a um "ponto cego" no retrovisor.
O que os exames mostraram
Além do hematoma intracraniano (que os médicos chamam de "bomba-relógio"), o adolescente sofreu:
- Três costelas quebradas
- Fratura exposta na perna direita
- Traumatismo craniano moderado
"A situação é delicada, mas estável", explica o neurocirurgião Dr. Renato Vilela, esfregando os olhos cansados. "O próximoas 48 horas serão decisivas." Enquanto isso, os aparelhos na UTI não param de apitar — um som que já virou pesadelo para os pais.
O outro lado da moeda
O condutor do veículo, um homem de 42 anos que trabalha como representante comercial, prestou socorro imediato e colaborou com a polícia. "Tava dentro do limite de velocidade, mas nessa curva...", justificou aos agentes. O caso agora está nas mãos do 5º DP de Campinas.
Enquanto a Justiça não se pronuncia, vizinhos já falam em "pintar faixa de pedestres" no local. "Aqui é um convite pra desgraça", dispara Dona Marta, dona de uma padaria próxima. "Só esse mês, três quase-acidentes."
Enquanto isso, na UTI, o monitor cardíaco continua desenhando linhas verdes irregulares. Cada pico é uma esperança.