
Era mais um dia comum de trabalho para ele. Varrendo ruas, cuidando da cidade enquanto a maioria ainda dormia. Até que, naquela manhã de quinta-feira (15/08), o inesperado aconteceu: um carro, em velocidade que ainda está sendo apurada, atingiu o gari na Avenida Rondon Pacheco, uma das mais movimentadas de Uberlândia.
O socorro chegou rápido — mas já era tarde. Ele não resistiu aos ferimentos. E agora? Quem vai contar a história desse homem que, segundo o irmão, "acordava às 4h há 15 anos sem reclamar"?
"Era nosso herói silencioso"
O irmão, visivelmente abalado, desabafou: "Ele era um batalhador. Deixou três filhos e uma esposa que dependiam desse salário. Como é que fica agora?". A dor na voz dele era tão palpável que até os repórteres mais experientes se emocionaram.
Colegas de trabalho descreveram o gari como:
- O primeiro a chegar e o último a sair
- Sempre com um sorriso, mesmo no calor de 40°C
- "Aquele que lembrava o aniversário de todo mundo"
O que se sabe sobre o acidente
Testemunhas disseram ter ouvido um barulho ensurdecedor — mas ninguém viu exatamente como tudo aconteceu. O motorista, segundo a polícia, parou imediatamente e prestou socorro. Está colaborando com as investigações.
A via, conhecida pelos moradores como "um perigo à noite", tinha iluminação suficiente no momento do ocorrido. Ou pelo menos deveria ter. Será que faltou sinalização? Excesso de velocidade? A perícia vai apontar.
Enquanto isso, na garagem da empresa de limpeza urbana, um boné e uma garrafa de água meio cheia continuam no armário dele. Como se estivessem esperando o dono voltar. Mas ele não volta mais.