Após acidente grave, prefeitura de Curitiba reforça sinalização em cruzamento perigoso
Curitiba reforça sinalização após acidente em cruzamento

Não deu outra. Depois daquele baque sonoro que ecoou pelas redondezas do Batel na tarde de domingo, a prefeitura correu contra o relógio. Uma equipe da Secretaria de Trânsito apareceu no local antes mesmo do café esfriar na xícara dos moradores - e lá se foi mais uma camada de tinta fresca no asfalto.

O cruzamento das ruas João Negrão e Visconde do Rio Branco, que já era conhecido pelos vizinhos como "o ponto cego dos apressadinhos", ganhou ontem sua enésima camada de sinalização horizontal. Desta vez, um gigantesco PARE em letras garrafais, daqueles que até míope enxerga sem óculos.

O estopim

Tudo começou com uma colisão que, diga-se de passagem, não foi exatamente surpresa para quem circula por ali. Dois carros se encontraram de forma nada amistosa no meio do cruzamento - e olha que um deles até tentou frear, segundo testemunhas. O problema? A sinalização desbotada fazia com que a preferencial parecesse sugestão.

"Já perdi as contas de quantas vezes quase fui abraçado por motoristas desatentos aqui", reclama o comerciante Marcos Aurélio, 54, enquanto aponta para as marcas de pneu no asfalto. Ele, que há 15 anos vê o vai-e-vem da janela de sua loja, garante: "Isso aqui é campeão de sustos por metro quadrado".

O que mudou

  • Sinalização repintada com tinta refletiva de alta durabilidade
  • Novas faixas de pedestre mais visíveis
  • Placas de orientação reforçadas
  • Estudos para possível instalação de semáforo

A prefeitura, que normalmente age no ritmo das tartarugas em dia de preguiça, dessa vez surpreendeu. Em menos de 48 horas após o acidente - tempo recorde para os padrões burocráticos -, as máquinas já estavam no local. "Quando a pressão vem da sociedade e da mídia, o serviço flui diferente", comenta um funcionário que preferiu não se identificar.

Enquanto isso, os moradores torcem para que a novidade dure mais que a última reforma. "Aqui é sempre assim: pintam, chove três dias, e tudo some de novo", diz a aposentada Dona Marta, 67, enquanto atravessa a rua com a cautela de quem já conhece os perigos do lugar.