Corredor atropelado em Salvador acorda após coma e conta detalhes chocantes do acidente
Corredor atropelado em Salvador acorda após coma

Era uma terça-feira comum em Salvador quando o destino decidiu pregar uma peça cruel em Lucas Mendes, 28 anos. O corredor amador, que treinava para sua primeira maratona, nunca imaginou que seu percurso matinal terminaria no asfalto - literalmente.

"Lembro do barulho. Um estrondo que ecoou na minha cabeça como se fosse ontem", conta Lucas, ainda pálido no leito hospitalar. O jovem acordou há três dias após 12 longos dias em coma induzido. Seus olhos ainda revelam o susto daquele 18 de agosto.

O dia que mudou tudo

Por volta das 6h30, enquanto o sol começava a pintar o céu da capital baiana, um motorista em alta velocidade perdeu o controle do veículo na Avenida Paralela. O carro invadiu a ciclofaixa onde Lucas corria tranquilamente com seus fones de ouvido.

"Os médicos disseram que foi milagre", sussurra Dona Maria, mãe do atleta, enquanto ajusta o travesseiro do filho. "Doze costelas fraturadas, pulmão perfurado, traumatismo craniano..." A voz some, mas o drama permanece visível em seus olhos vermelhos.

A cena do crime

Testemunhas relatam que o motorista - que fugiu sem prestar socorro - parecia estar sob influência de álcool. "Ele zigzagueava na pista como se estivesse em um videogame", descreve um vendedor ambulante que preferiu não se identificar.

A polícia já identificou o suspeito através de câmeras de segurança, mas ele continua foragido. Enquanto isso, Lucas enfrenta sua própria maratona: meses de fisioterapia para recuperar os movimentos.

"Vou voltar a correr", afirma com uma determinação que surpreende os médicos. "Mas desta vez, vou escolher ruas mais tranquilas." A piada, carregada de dor, revela a resiliência desse soteropolitano que teima em desafiar as estatísticas.

O caso reacendeu o debate sobre a segurança de ciclistas e pedestres em Salvador, cidade que registrou 147 atropelamentos só este ano. Enquanto as autoridades prometem mais fiscalização, histórias como a de Lucas servem de alerta para quem acha que "isso nunca vai acontecer comigo".