
Era para ser mais um domingo comum na capital capixaba, mas o que aconteceu na Avenida Nossa Senhora da Penha transformou o dia 28 de setembro em uma data que essa família jamais esquecerá. Por volta das 18h30, quando o sol já se despedia, um adolescente de apenas 16 anos seguia sua vida — cruzando a via na faixa de pedestres, como manda o figurino.
Mas eis que a normalidade virou tragédia.
O Momento do Impacto
Testemunhas contam que foi tudo muito rápido — um ruído de pneus, o choque, e depois o silêncio perturbador. O veículo, que nem sequer reduziu a velocidade, simplesmente sumiu na escuridão da noite que começava a cair. Deixou para trás um jovem caído no asfalto e uma pergunta que não quer calar: até quando nossa sociedade vai tolerar essa barbárie no trânsito?
O Samu — esses verdadeiros anjos da guarda do asfalto — chegou rapidamente e fez o que estava ao seu alcance. Estabilizaram o garoto, que respirava, mas estava longe de estar bem. O transporte para o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória aconteceu sob tensão visível nos rostos dos profissionais.
O Que Sobrou no Local
No cenário do crime — porque sim, isso é um crime — a Polícia Militar encontrou apenas marcas no asfalto e o vazio deixado pela covardia. Nenhum veículo, nenhum condutor arrependido, apenas o eco da indiferença. O caso agora está nas mãos competentes do DPTran, que vasculha câmeras e busca testemunhas numa corrida contra o tempo.
E enquanto isso, uma família espera. Espera por justiça, por respostas, pelo restabelecimento desse jovem cuja vida mudou em segundos.
Um Problema que se Repete
Vitória, essa ilha cheia de belezas naturais, mostra também suas feridas urbanas. Esse não é um caso isolado — é o retrato de um problema crônico que assola nossas cidades. Faixas de pedestres que se tornam armadilhas, condutores que tratam vidas como obstáculos, e o resultado está aí: famílias destruídas.
O que me deixa mais indignado — e aqui falo como cidadão, não como repórter — é a fuga. A incapacidade de assumir a responsabilidade por um ato que mudou vidas para sempre. É como se algumas pessoas deixassem sua humanidade em casa quando pegam o volante.
Enquanto escrevo estas linhas, não consigo evitar pensar: quantos mais precisarão ser atropelados até que algo mude de verdade?