
A estrada é implacável. E naquele trecho da BR-364, que corta o Acre como uma cicatriz de asfalto, três vidas se apagaram num piscar de olhos. Agora, o laudo pericial — aquele documento frio que tenta dar sentido ao caos — chegou com suas conclusões. E elas são duras.
O que aconteceu naquele dia foi mais do que um simples acidente. Foi uma sucessão de decisões erradas que terminou em tragédia. Segundo os peritos, o motorista do caminhão resolveu fazer uma ultrapassagem onde não devia. O tipo de manobra que a gente sabe que é arriscada, mas às vezes a pressão fala mais alto.
E o resultado? Colisão frontal. Daquelas que os bombeiros demoram horas para desencavar. Três pessoas — nomes que tinham histórias, famílias, planos — morreram no local. Não deu tempo nem para o socorro.
O peso da responsabilidade
Agora o motorista tá respondendo por homicídio culposo. Culposo — essa palavra que tenta medir o que não tem medida. Porque no fundo, será que alguém acorda pensando em causar uma tragédia? Mas as consequências chegam mesmo assim, pesadas como um caminhão carregado.
O que me deixa pensando é como uma única decisão errada ao volante pode destruir tantas vidas de uma vez. O motorista, as vítimas, as famílias... É uma cadeia de dor que se espalha feito rastro de gasolina.
Estradas que desafiam a sorte
A BR-364 não é nenhuma novidade para quem conhece o Acre. Aquela rodadura tem seus pontos críticos, seus trechos perigosos que os caminhoneiros conhecem de cor. Mas conhecer o perigo e respeitá-lo são duas coisas bem diferentes, não é?
O pior é que essa história se repete todo santo dia Brasil afora. Ultrapassagem indevida, excesso de confiança, pressa... É sempre a mesma receita para o desastre.
Agora o processo segue. Vai ter audiência, depoimentos, todo aquele ritual jurídico que tenta — nem sempre consegue — trazer algum alívio para quem perdeu tudo. Enquanto isso, nas estradas, a vida e a morte continuam seu jogo perigoso.