
Eis que o mundo gira, mas algumas coisas nunca mudam: a corrupção segue sendo um fantasma que assombra governos mundo afora. E na Ucrânia, esse espectro quase ganhou um belo tapete vermelho — mas os aliados ocidentais cortaram o barato.
Volodymyr Zelensky, o presidente que virou símbolo da resistência ucraniana, estava prestes a dar um passo que poderia manchar sua imagem: flexibilizar as leis anticorrupção do país. Só que aí veio a enxurrada de protestos — e não de moscas, mas de embaixadas e governos estrangeiros.
O jogo das cadeiras (e dos interesses)
Parece que ninguém avisou Zelensky que, em política internacional, até os melhores amigos têm limites. Estados Unidos e União Europeia — aqueles mesmos que enchem os cofres ucranianos com ajuda militar — praticamente bateram o pé: "Ou mantém o combate à corrupção, ou esquece a grana".
E olha que o plano era polêmico:
- Reduzir poderes de órgãos fiscalizadores
- Enfraquecer a transparência em licitações
- Dar mais margem para... bem, você sabe
Não é como se a Ucrânia pudesse se dar ao luxo de irritar seus patrocinadores. Com a Rússia respirando no pescoço, cada centavo conta — e a credibilidade talvez ainda mais.
O recuo estratégico (ou a arte de salvar a cara)
Zelensky, esperto como sempre, leu a sala e fez o que todo político profissional faria: deu meia-volta antes que a situação virasse um desastre de relações públicas. "Revisaremos a proposta", disse, num daqueles eufemismos que todos entendem como "vamos esquecer esse assunto".
Mas cá entre nós: será que foi só pressão externa? A oposição ucraniana já estava fazendo barulho, e a população — que sabe muito bem o que é viver num país com corrupção endêmica — dificilmente engoliria essa sem protestar.
No fim das contas, a história se repete: quando o dinheiro fala, até os heróis de guerra escutam. Resta saber se essa foi uma derrota temporária para Zelensky ou o começo de um desgaste maior.