O clima no União Brasil está longe de ser dos melhores, e a situação do deputado Celso Sabino só comprova isso. Numa jogada que pegou muitos de surpresa — embora alguns já esperassem por isso — a executiva nacional do partido decidiu afastar o parlamentar de todas as suas funções internas. E não é algo temporário: a medida vale até que se chegue ao desfecho do processo de expulsão que corre contra ele.
Pensa num rombo na estrutura partidária. Sabino ocupava nada menos que três cargos de peso dentro da legenda: líder do partido na Câmara (aquele que articula as votações, você sabe), vice-presidente nacional e integrante do diretório nacional. Agora? Todos esses postos estão vazios, pelo menos com o nome dele.
O que levou a essa decisão drástica?
O Conselho de Ética do partido — sim, eles têm um — abriu um processo disciplinar contra o deputado. As acusações são sérias, envolvendo supostas irregularidades na prestação de contas de sua campanha eleitoral. E não para por aí: também pesa contra ele a quebra da tão falada (e pouco seguida) fidelidade partidária.
O timing, convenhamos, é no mínimo curioso. Tudo isso acontece justamente quando Sabino se preparava para assumir a relatoria da MP 1.232/2023, aquela que trata do Refis — um tema espinhoso que mexe com os ânimos de muita gente. Coincidência? Difícil acreditar.
E agora, José?
Com o afastamento, o União Brasil precisa correr para preencher essa lacuna de poder. O partido já comunicou à Mesa Diretora da Câmara sobre a decisão, o que significa que Sabino não pode mais representar a legenda oficialmente em nenhum fórum.
O que me deixa pensando: será que o partido está fazendo uma limpeza interna? Ou será apenas uma manobra para se distanciar de um problema que pode respingar na imagem coletiva? Política, como sabemos, raramente é preto no branco.
Enquanto isso, o processo segue seu curso. Até que o Conselho de Ética se pronuncie definitivamente, Sabino fica nesse limbo — tecnicamente ainda no partido, mas sem voz ativa nas decisões. Uma espécie de purgatório político, se me permitem a analogia.
Resta saber se essa tempestade vai passar ou se será o início de uma crise ainda maior dentro do União Brasil. Uma coisa é certa: os próximos capítulos prometem.
