Redes Sociais: O Combustível Digital do Golpismo Bolsonarista que Ainda Ruge
Redes sociais: motor do golpismo bolsonarista

Parece que foi ontem, mas já se passaram meses desde aqueles dias sombrios de janeiro. E cá estamos nós, tentando entender como raios chegamos até ali. As redes sociais, aquelas que a gente usa para ver foto de gatinho e receita de pão, mostraram sua face mais perigosa.

Não é exagero dizer — e os especialistas concordam — que plataformas como Twitter, Facebook e WhatsApp foram o motor, o combustível e a estrada do movimento golpista bolsonarista. A coisa foi tão intensa que até hoje a poeira não baixou completamente.

Um cenário que assusta

Olha, é difícil mensurar o estrago. Mas vamos tentar: durante todo o processo eleitoral e principalmente depois da vitória de Lula, as redes viraram um caldeirão fervendo teorias conspiratórias, notícias falsas e — pasmem — até chamadas abertas para ruptura democrática.

E o pior? Essa máquina não desligou. Segundo analistas que acompanham o tema há anos, as tais plataformas digitais devem manter esse papel central nos próximos capítulos da nossa conturbada política. É como se tivéssemos criado um monstro que não sabemos mais como controlar.

O que dizem os especialistas

Conversamos com gente que entende do riscado. E a opinião é unânime: a estratégia bolsonarista de usar as redes como palco principal foi calculada, eficiente e devastadoramente bem-sucedida em mobilizar bases.

"As plataformas digitais se consolidaram como espaço privilegiado para a difusão de narrativas antidemocráticas", afirma um pesquisador que prefere não se identificar. "E o preocupante é que essa dinâmica não morreu com a posse do novo governo."

Não é brincadeira. A arquitetura desses ambientes — algoritmos que promovem engajamento a qualquer custo, moderação frouxa, ecossistemas fechados de informação — criou o terreno perfeito para o florescimento do que muitos chamam de "golpismo digital".

E agora, José?

Bom, a pergunta que fica é: o que fazer? Alguns especialistas são céticos quanto à capacidade — ou vontade — das big techs em frear esse fenômeno. Afinal, polêmica gera engajamento, engajamento gera lucro. Simples assim.

Outros apontam que a solução passa por uma combinação de regulamentação mais dura, educação midiática da população e, claro, maior responsabilidade das próprias plataformas. Mas convenhamos: não vai ser fácil.

O fato é que as redes sociais se tornaram a nova arena onde as batalhas políticas são travadas. E se antes a gente discutia política no boteco ou no almoço de família, hoje a briga acontece em grupos de WhatsApp e nos trending topics do Twitter.

Um futuro incerto

O que esperar dos próximos meses? Difícil prever, mas os sinais não são animadores. As mesmas táticas que vimos em 2022 e início de 2023 continuam sendo refinadas e adaptadas. A desinformação mudou de roupa, mas não saiu de cena.

E talvez o mais preocupante: a polarização alimentada por essas plataformas criou realidades paralelas tão distantes que às vezes parece que brasileiros vivem em países diferentes. Como dialogar quando sequer concordamos sobre o que é fato?

Pois é. A democracia brasileira, que já enfrentou tantos desafios ao longo de sua história, agora encara um inimigo novo e especialmente traiçoeiro. E o pior — ele mora no bolso de cada um de nós, disfarçado de inocente aplicativo de celular.