
Eis que o cenário político-tecnológico ganha um capítulo surpreendente diretamente da Flórida. Nesta quarta-feira, Donald Trump — sim, ele mesmo — colocou sua firma num acordo que basicamente redefine o futuro do TikTok nos Estados Unidos. E olha que o plot twist é digno de roteiro de Hollywood.
Lá estava o ex-presidente, na sua propriedade em Palm Beach, transformando o que era uma ameaça de banimento numa solução empresarial daquelas. O acordo, que ele mesmo classificou como "uma vitória para a segurança nacional e para o livre mercado", permite que a plataforma continue funcionando por terras americanas, mas com uma cambada nova no comando.
Quem são os novos donos do pedaço?
Preparem-se para os nomes que entraram nessa dança: Oracle, Dell e ninguém menos que Rupert Murdoch. Sim, o magnata da mídia global está na jogada. Trump foi categórico ao afirmar que essas empresas — entre "outros investidores sérios" — formarão o núcleo duro da nova TikTok Global, uma entidade que nasce com DNA americano.
Não foi um caminho suave, convenhamos. A relação de Trump com o TikTok sempre foi daquelas novelescas — primeiro ameaçou banir, depois flertou com a ideia, e agora… bem, agora ele praticamente abraçou a plataforma. Mas com condições duras como concreto.
- Oracle assume o papel de guardiã dos dados americanos, hospedando tudo em seus servidores seguros
- Dell entra com a infraestrutura de hardware, aquela base física que tanto preocupa os estrategistas de segurança
- O grupo de Murdoch traz não só capital, mas influência midiática que pode mudar o jogo narrativo
E o que a ByteDance, a dona original chinesa, achou disso? Pelos termos do acordo, eles mantêm participação minoritária, mas o controle efetivo passa para as mãos americanas. Algo que, segundo Trump, "elimina qualquer risco de espionagem ou influência estrangeira indesejada".
O que isso significa na prática?
Para os mais de 170 milhões de usuários americanos? Basicamente, continuar fazendo seus dancinhas sem sustos. Mas a estrutura por trás vai mudar radicalmente. Os dados que antes podiam — em tese — ser acessados pela China, agora ficam sob vigilância rigorosa de empresas com histórico de trabalho com o governo dos EUA.
Trump, sempre teatral, declarou: "Fechamos um acordo que protege nossos cidadãos e nossos valores. E o melhor: sem precisar matar uma plataforma que tantos americanos amam". Ele ainda soltou uma previsão ousada: "Vai criar milhares de empregos aqui".
O timing não poderia ser mais… interessante. Com as eleições americanas se aproximando, e Trump candidato, o movimento é visto como uma jogada de mestre político. Mostra pragmatismo, resolve um problema espinhoso e ainda agrada uma base jovem que vive de TikTok.
Resta saber como a China vai reagir oficialmente — até agora, silêncio por parte do governo chinês. E como os concorrentes das redes sociais encararão esse TikTok renovado e com pedigree americano.
Uma coisa é certa: o mundo das tech giants nunca será o mesmo depois dessa. E Trump, mais uma vez, provou que sabe surpreender friend and foe alike.