
O clima no The Town, hein? Não era só sobre os hits que a gente conhece de cor. O festival, que é basicamente aquele point gigante em São Paulo, virou um palco de gritos de alerta – e não foi por causa do volume dos amplificadores.
Pois é. Enquanto a galera curtia a levada, uma parada séria roubou a cena. Artistas de peso, aquele tipo de gente que não tem medo de falar o que pensa, transformaram seus microfones em megafones de protesto.
O recado claro por trás das notas musicais
Gilberto Gil, uma lenda viva, não fez por menos. Lá estava ele, com toda a calma e autoridade de quem já viu tudo nesse país, soltando o verbo. A questão? Aquela tal proposta de anistia para quem estava por trás dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Para ele, a ideia é simplesmente um desserviço à nação, um passo gigante para trás. E não foi o único.
Mart'nália, com aquela energia contagiante que só ela tem, foi direta ao ponto. Disse, sem rodeios, que anistia para esse povo é uma afronta à democracia. Ela praticamente jogou a real para milhares de pessoas, que pareciam concordar com cada palavra. Foi um momento de pura conexão, sabe? Daqueles que arrepia.
E não parou por aí. A banda Maglore entrou na roda e foi ainda mais fundo na crítica. Eles questionaram a tal "paz" que alguns tanto pregam, argumentando que paz sem justiça não passa de uma farsa perigosa. É um pensamento forte, que fez muita gente refletir no meio da balada.
Um festival que virou um termômetro social
O que ficou claro é que o The Town foi muito além de um evento musical. Ele se tornou um espelho do momento político do Brasil, um lugar onde a cultura e a cidadania se encontraram de forma explosiva. Os artistas, conscientes de seu poder de influência, escolheram não se calar.
E olha, a plateia pareceu comprar a ideia. Os aplausos foram sinceros, os gritos de apoio, numerosos. Mostrou que uma parte significativa do público está antenada e preocupada com os rumos do país. Foi mais do que um show; foi um ato cívico, uma aula de engajamento ao vivo e a cores.
No final das contas, o festival em São Paulo provou que a música nunca é apenas som. Ela é veículo, é protesto, é união. E, pelo menos nesse fim de semana, foi também um grito coletivo por memória, verdade e, acima de tudo, justiça.