
O clima em Brasília está mais tenso do que um fio esticado. E não, não é exagero. Nesta quarta-feira, o governador paulista Tarcísio de Freitas soltou os cachorros — e como! — num discurso que misturou cobranças, acusações pesadas e um ataque direto que ecoou pelos corredores do poder.
O alvo? Nada mais, nada menos que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Tarcísio não economizou na hora de escolher as palavras. Chamou o magistrado de "ditador" e "tirano", soltando uma frase que já corre solta nas redes: "O Brasil não merece ser refém de um único homem".
Pressão sobre a base aliada
Mas não parou por aí. O governador ainda deu um puxão de orelhas — e dos bons — no presidente da Câmara, Arthur Lira, e no seu próprio líder no Congresso, o senador Carlos Portinho. A queixa? Segundo Tarcísio, a base governista está "devendo" e precisa acelerar a votação do projeto que concede anistia a condenados nas manifestações pós-eleições de 2022.
"É hora de fazer a lição de casa", disparou, deixando claro que a paciência está no fim. Ele quer ver o projeto andando, e rápido.
O estopim da crise
Tudo isso, é claro, não veio do nada. O estopim foi a operação da Polícia Federal que prendeu aliados do governador em São Paulo — uma ação autorizada pelo próprio Moraes. Tarcísio não engoliu bem a manobra e fez questão de relacionar as prisões ao que chamou de "perseguição política".
Numa fala cheia de emoção, ele questionou: "Até quando vamos fechar os olhos para o abuso de poder?" E arrematou, sem papas na língua: "Não podemos normalizar o anormal".
Repercussão e incertezas
O discurso, previsivelmente, gerou um terremoto político. De um lado, apoiadores aplaudem a coragem de enfrentar o STF. De outro, críticos veem um ataque perigoso às instituições. O Palácio do Planalto, por enquanto, mantém um silêncio estratégico — mas ninguém duvida que a tensão só aumenta.
Uma coisa é certa: o jogo político acabou de ganhar um novo capítulo dramático. E todos ficam na expectativa do próximo movimento.