Voto Impresso Aprovado no Senado: Entenda a Polêmica que Pode Mudar as Eleições Brasileiras
Senado aprova obrigatoriedade do voto impresso

Pois é, o tema que não quer calar voltou com tudo – e dessa vez com força de lei. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aquela que praticamente dá o aval inicial para as coisas andarem, aprovou nesta quarta-feira (21) a obrigatoriedade do voto impresso nas eleições do país. A proposta, que agora segue para outras comissões, quer botar um papelzinho na jogada, algo que já foi discutido à exaustão e sempre acaba em bate-boca.

O relator, senador Jorge Kajuru (do partido Podemos, de Goiás), foi o maestro da vez. Ele deu sinal verde para o projeto de lei que altera a Lei das Eleições. A ideia? Simples, pelo menos na teoria: além de apertar os botões na urna, o eleitor vai receber um comprovante físico do seu voto. Esse papel não vai pra casa, não – é só pra conferência, e depois cai numa urna de lona, lacrada, junto com os demais.

E aí, o que muda na prática?

Imagina a cena: você vota, a urna imprime um boletim de papel – igual aqueles comprovantes de cartão que a gente quase não olha mais. Esse papel mostra o número e o nome do candidato escolhido. Aí, você tem que confirmar se tá tudo certo. Se estiver, o papel é depositado num outro lugar. Se não estiver… bem, aí a história embola, porque tecnicamente o voto já foi computado. Meio confuso, né? Pois é, e os críticos adoram apontar essa confusão.

O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), não escondeu a relevância do tema. Disse que é "importante e urgente", ainda mais depois de tanta desconfiança que pairou sobre o processo eleitoral nos últimos anos. A votação foi simbólica, sem contagem de votos nominal – o que, convenhamos, até que é irônico, tratando de um assunto sobre transparência.

E o debate? Esquenta mesmo.

De um lado, tem quem jure de pés juntos que o voto impresso é a única salvação para a credibilidade do sistema. Que é a prova real, tangível, de que não houve fraude. Do outro, especialistas em tecnologia e até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alertam: isso aí é um convite para o caos. Aumenta o risco de violência eleitoral, de gente querendo fotografar o voto, de tumulto na hora da votação… sem contar o custo extra para implantar tudo isso no país inteiro.

E não para por aí. O projeto ainda prevê que, no fim da votação, seja feita uma conferência. Uma amostra desses votos impressos seria comparada com o resultado digital da urna. Se bater, tudo bem. Se não bater… meu amigo, aí o pandemônio está instalado. Imagina a encrenca?

O fato é que a proposta ainda tem um longo caminho pela frente. Precisa passar por outras comissões e, claro, pelo plenário do Senado. Depois, ainda vai para a Câmara dos Deputados. Ou seja, não espere votar com papelzinho já no ano que vem. Mas uma coisa é certa: o debate sobre a urna eletrônica, que parecia ter arrefecido, acaba de ganhar um fôlego novo – e dos grandes.

E você, o que acha? Medida de segurança necessária ou puro retrocesso? A discussão está apenas começando.