Mesa Diretora da Câmara Barra Tentativa Bolsonarista de Criar 'Líder Fantasma'
Mesa da Câmara barra "líder fantasma" de bolsonaristas

Olha só que coisa mais curiosa – e um tanto quanto criativa, diga-se de passagem – que tentaram emplacar nos corredores do poder em Brasília. Um grupo de deputados alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu que as regras do jogo são… bem, flexíveis. A ideia? Criar uma figura de liderança paralela, um “líder fantasma”, já que a bancada oficial do PL, a maior da Casa, não está sob suas rédeas.

Pois é. Acontece que o atual líder do PL na Câmara, o deputado Altineu Côrtes, não é exatamente do agrado dessa turma. Eles queriam mesmo era o deputado Carlos Jordy, mas a eleição interna do partido não saiu como planejado. E aí, em vez de aceitar o resultado, que tal inventar um cargo novo? Uma espécie de coordenador informal, mas com cacife pra negociar com o governo e articular pautas. Malandro, né?

A Reação Imediata da Mesa

Mas a jogada – audaciosa, pra não dizer outra coisa – não passou nem perto de colar. A Mesa Diretora da Câmara, capitaneada pelo presidente Arthur Lira, cortou o barato na hora. Deixou claro, e de forma bem contundente, que não reconhecerá nenhuma liderança fora do que está previsto no regimento interno. Ponto final.

Não existe essa de “líder oficioso” ou “coordenador político” com função de líder. Ou você é eleito pela bancada seguindo as regras, ou não é. E a Mesa não vai abrir exceção. A justificativa é clara: permitir isso seria um precedente perigosíssimo, uma bagunça generalizada que poderia detonar a ordem estabelecida do funcionamento da Casa.

O Desespero por Espaço e Voz

O que isso revela? Uma fissura profunda no bloco bolsonarista. A incapacidade de se organizar internamente os levou a tentar uma manobra desesperada, quase que um atalho fantasioso para ter influência. Eles perderam o comando da maior bancada e agora patinam para tentar recuperar um mínimo de poder de barganha.

Sem um líder formal que os represente de verdade, ficam enfraquecidos. Sem força para negociar diretamente com o governo Lula e com a própria presidência da Câmara. A criação desse “fantasma” seria uma tentativa de criar um embuste, uma solução paliativa para um problema que, no fundo, é de fragmentação e falta de unidade.

No final das contas, a manobra foi um tiro pela culatra. Só serviu para expor publicamente a divisão e a fraqueza do grupo, além de deixar claro que Arthur Lira e sua Mesa não vão tolerar invencionices que furam o regimento. A ordem é clara: quem quiser influenciar, que jogue dentro das quatro linhas definidas. Fora disso, é conversa fiada.