
Olha só que surpresa zero: o julgamento de Jair Bolsonaro no TSE virou moeda de troca em Brasília. Enquanto a oposição faz barulho com a possibilidade de inelegibilidade do ex-presidente, o Centrão — aquele bloco pragmático que todo mundo conhece — está movendo suas peças nos bastidores.
E não é pouco coisa. A estratégia é simples, quase cínica: usar o momento de tensão política para extrair concessões do Palácio do Planalto. Querem afrouxar aquela trava nas emendas parlamentares, sabe? Aquela que segura os R$ 9,5 bilhões que os parlamentares tanto cobiçam.
Jogo de Pressão Aumenta
Os líderes do bloco — Arthur Lira (PP-AL) à frente — não estão perdendo tempo. Eles sabem que o governo não quer mais crise agora. O clima já está pesado o suficiente. Então, que tal forçar a barra em algumas demandas paradas?
Entre as pautas que ressuscitaram do baú das polêmicas estão:
- O famoso marco temporal das terras indígenas
- Regulamentação de jogos de azar
- Flexibilização de licenciamentos ambientais
Nada mal para um único dia de trabalho, não é mesmo?
O Que Esperar dos Próximos Capítulos?
O Planalto, claro, não está ignorando a investida. Mas também não parece disposto a ceder tudo. Há um jogo de espera acontecendo — cada lado tentando ver quem pisca primeiro.
O que me deixa pensativo é como tudo isso é previsível. A política brasileira parece um roteiro de novela repetido: crise aparece, oportunistas aproveitam, e no final alguém sempre sai ganhando — usualmente não é o povo.
Enquanto isso, o julgamento de Bolsonaro segue seu curso. Seu destino jurídico pode estar em jogo, mas no Congresso, o que está em jogo é muito mais imediato: poder, dinheiro e influência.
E assim segue o baile em Brasília — onde até as crises viram oportunidade.