Flórida proíbe redes sociais para menores de 14 anos após decisão judicial
Flórida proíbe redes sociais para menores de 14 anos

Um tribunal de apelações dos Estados Unidos tomou uma decisão que impactará milhares de jovens na Flórida. O estado foi autorizado a começar a aplicar uma lei que proíbe menores de 14 anos de terem contas em redes sociais. A medida entra em vigor enquanto o tribunal ainda analisa o mérito de uma ação movida pela indústria de tecnologia, que contesta a constitucionalidade da nova regra.

O embate judicial e a decisão

Por dois votos a um, o Tribunal de Apelações do 11º Circuito derrubou uma suspensão temporária que impedia a aplicação da lei, conhecida como HB3. Essa suspensão havia sido determinada por um juiz em junho. Com a nova decisão, o governo da Flórida anunciou que iniciará imediatamente a aplicação das novas regras.

O procurador-geral do estado, James Uthmeier, foi enfático em suas redes sociais: “A HB3 agora é lei no estado e será aplicada. Estamos avisando todas as grandes empresas de tecnologia: coloquem nossas crianças em risco e vejam o que acontece”, declarou.

O que diz a polêmica lei HB3?

A lei, aprovada com apoio bipartidário em 2024, estabelece regras rígidas para o uso de redes sociais por jovens:

  • Proíbe totalmente que crianças de até 13 anos tenham contas em plataformas sociais.
  • Para adolescentes de 14 e 15 anos, o acesso só é permitido com autorização expressa dos pais ou responsáveis.
  • Torna obrigatória a verificação da idade dos usuários, que poderá ser feita através de escaneamento facial ou apresentação de documento de identidade.
  • Obriga as empresas de tecnologia a excluir contas de menores de 14 anos, sob pena de multas.

Uthmeier justificou a medida afirmando que “na Flórida, colocamos nossas crianças em primeiro lugar, e meu gabinete fará cumprir essa lei de forma rigorosa para impedir que as Big Tech continuem explorando e prejudicando crianças por lucro”.

A reação da indústria de tecnologia

Do outro lado do embate, a Associação da Indústria de Computação e Comunicação (CCIA) e a coalizão NetChoice entraram com uma ação contra o estado da Flórida ainda em outubro de 2024. O argumento central é que a norma viola a Primeira Emenda da Constituição norte-americana, que garante a liberdade de expressão.

A NetChoice classificou a lei como um ato de censura e afirmou que continuará o processo legal até que a Justiça declare a regra inconstitucional. Em comunicado, Paul Taske, co-diretor jurídico do grupo, disse que avaliarão “todas as opções disponíveis” para garantir que a comunicação online dos residentes da Flórida permaneça segura e livre. Segundo ele, a lei estadual “não só viola direitos de expressão, como também torna os usuários menos seguros”.

O desfecho deste conflito entre regulamentação estadual e liberdades constitucionais nos EUA será decisivo para o futuro da regulamentação de redes sociais e da proteção de menores online.