
Imagine receber seu pedido em minutos, sem trânsito, sem motoboys e — pasme — pelo ar. Em Salvador, isso já não é ficção científica. Desde julho, empresas locais decidiram cortar caminho (literalmente) e adotaram drones para entregas rápidas em bairros estratégicos.
"A princípio, os clientes estranharam. Achavam que íamos derrubar pacotes no telhado", ri o gerente de operações da TechCargo, uma das pioneiras. Mas a adaptação foi tão rápida quanto os voos: em três semanas, a demanda quadruplicou.
Como funciona?
Os aparelhos — que mais parecem libélulas high-tech — carregam até 2kg e voam a 60km/h. Cada rota é mapeada para evitar colisões, com tecnologia que detecta até pipas no caminho. "Tivemos que reprogramar tudo quando descobrimos que um carcará estava seguindo nossos drones", conta uma engenheira da equipe.
Vantagens? De onde começar:
- Entregas em 15 minutos (contra 1h30 no modelo tradicional)
- Redução de 80% nas emissões de carbono
- Preço competitivo — surpreendentemente, só 10% mais caro
Mas nem tudo são flores. Chuvas fortes ainda atrapalham os voos, e alguns moradores reclamam do zumbido constante. "Parece que temos abelhas robóticas no bairro", brinca uma dona de casa do Rio Vermelho.
O futuro chegou?
Enquanto isso, a prefeitura estuda regulamentação específica. "É uma fronteira nova", admite o secretário de Inovação. "Queremos equilibrar progresso e convivência urbana."
Para quem duvidava, os números falam por si: 92% de satisfação nos primeiros 1.000 pedidos. Resta saber se os motoboys vão protestar ou — quem sabe? — trocar as motos por controles remotos.