
Não é brincadeira: enquanto o mundo parece girar em torno de likes e stories, uma parcela considerável do Brasil ainda navega — ou melhor, não navega — em águas desconhecidas. Segundo dados recentes, impressionantes 20,5 milhões de brasileiros seguem totalmente offline, como se a revolução digital fosse apenas um boato distante.
E olha que estamos em 2023, gente! Parece até aquela história do vizinho que insiste em pagar contas no banco porque "não confia nesses negócios de internet". Só que, nesse caso, as razões vão muito além da teimosia.
O abismo digital que ninguém fala
Você já parou pra pensar como seria sua vida sem WhatsApp, Google ou (nossa!) sem delivery por aplicativo? Pois é, pra milhões de pessoas, essa não é uma experiência hipotética — é o dia a dia. E os motivos? Bem mais complexos do que imaginamos:
- Custo proibitivo: Quando o básico falta, internet vira artigo de luxo. Simples assim.
- Falta de infraestrutura: Tem região que torce pra pegar sinal de rádio, quem dirá 4G...
- Analfabetismo digital: Muita gente até tem acesso, mas se sente perdida nesse "mundo de bits".
E aqui vai um dado que dói: entre os desconectados, a maioria esmagadora vem de lares com renda abaixo de 2 salários mínimos. Coincidência? A gente sabe que não.
O outro lado da moeda
Enquanto isso, nas grandes cidades, a discussão já avançou para 5G, metaverso e inteligência artificial. Parece até que vivemos em países diferentes — e, de certa forma, vivemos mesmo. Essa disparidade gritante cria dois Brasis: o que corre na fibra óptica e o que ainda espera na fila do orelhão (sim, esses ainda existem!).
"Ah, mas é só comprar um chip pré-pago!" — dizem os privilegiados. Só que não é bem por aí. Sem capacitação, até o smartphone mais barato vira um tijolo eletrônico. E sem conteúdo relevante para sua realidade, pra que se conectar?
O paradoxo é cruel: quanto mais a tecnologia avança, maior fica o fosso para quem ficou pra trás. E adivinha quem paga o pato? Exatamente: os mesmos de sempre.