
Parece que o Brasil está disposto a pagar um preço alto — muito alto — para se tornar um hub tecnológico. Estamos falando de nada menos que R$ 700 bilhões em renúncia fiscal para atrair data centers ao país. Um valor que daria para construir uns 70 estádios do Maracanã ou comprar... bem, muita areia pro gato.
O plano, que já está sendo chamado de "o maior incentivo fiscal do século" por alguns especialistas, prevê benefícios tributários para empresas que instalarem centros de dados em território nacional. A ideia é simples: quem vier pra cá paga menos impostos. Só que, como tudo na vida, a conta chega — e ela é salgada.
O outro lado da moeda
Enquanto o governo fala em "atrair investimentos bilionários" e "modernizar a infraestrutura digital", os críticos já estão de cabelo em pé. "É como dar um cheque em branco para as big techs", dispara um economista que prefere não se identificar. Ele tem um ponto: com a crise fiscal que o país enfrenta, será que podemos abrir mão de tanto dinheiro?
Os números impressionam:
- Até 2032, o custo estimado chega a R$ 700 bilhões
- Isso representa cerca de 10% do PIB brasileiro atual
- O valor supera o orçamento anual da saúde e educação juntos
Mas nem tudo são espinhos. Os defensores da medida argumentam que o Brasil pode se tornar o "celeiro de dados" da América Latina. "Se não fizermos isso agora, perdemos o bonde da história", diz um entusiasta do projeto, enquanto ajusta seus óculos de realidade aumentada.
E o contribuinte nessa história?
Aqui é que a porca torce o rabo. Enquanto gigantes como Google, Microsoft e Amazon podem economizar fortunas, João e Maria continuarão pagando cada centavo de seus impostos. Justo? Difícil dizer. O que sabemos é que, em tempos de Orçamento apertado, cada real conta.
Alguns estados já estão se preparando para a corrida do ouro digital. São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão na linha de frente, oferecendo — adivinhe — ainda mais benefícios para sediar esses data centers. Parece que todo mundo quer um pedaço desse bolo tecnológico.
Enquanto isso, nas redes sociais, a discussão esquenta. De um lado, os "tecnoptimistas" que veem aí uma chance de ouro. Do outro, os "contasclaras" que lembram que, no final, quem paga a conta somos nós. E você, em que time está?