Morre aos 97 anos Jim Lovell, o lendário comandante da Apollo 13 que virou herói ao salvar sua tripulação no espaço
Morre Jim Lovell, lendário comandante da Apollo 13

O mundo perdeu uma lenda nesta semana. Jim Lovell, o homem que transformou um quase-desastre espacial em uma das maiores histórias de heroísmo da exploração cósmica, morreu aos 97 anos. Se você é daqueles que acham que os verdadeiros heróis só existem nos filmes, melhor repensar.

Aos 42 anos, Lovell já tinha feito história como um dos primeiros humanos a orbitar a Lua na Apollo 8. Mas foi em 1970 que seu nome ficaria marcado para sempre. No comando da Apollo 13, ele e sua tripulação enfrentaram o que poderia ter sido uma tragédia - uma explosão no módulo de serviço a 300.000 km da Terra.

"Houston, temos um problema"

Essa frase icônica (que, diga-se de passagem, foi um pouco diferente na realidade) entrou para a história. O que veio depois foi um verdadeiro balé de improvisação espacial. Com o oxigênio vazando, energia escassa e temperaturas caindo para níveis perigosos, Lovell manteve a calma de um verdadeiro comandante.

O que mais impressiona? Eles usaram o módulo lunar - projetado para apenas dois astronautas por dois dias - como bote salva-vidas para três homens durante quatro dias. Matemática de dar frio na espinha, literalmente.

De fracasso técnico a triunfo humano

O que começou como mais uma missão lunar terminou como a mais espetacular operação de resgate espacial da história. E pensar que tudo isso aconteceu com tecnologia que hoje consideramos primitiva - os smartphones atuais têm milhões de vezes mais capacidade de processamento que os computadores da Apollo.

Lovell nunca pisou na Lua, mas seu legado é maior que muitos que o fizeram. Ele provou que na exploração espacial, o fator humano conta tanto quanto a tecnologia. Depois da NASA, virou empresário e palestrante, inspirando gerações com sua história.

Curiosidade pouco conhecida: o filme "Apollo 13" (1995) com Tom Hanks foi tão preciso que Lovell brincava que só errou em um detalhe - "eu era mais bonito que o ator que me interpretou".

Com sua morte, desaparece um dos últimos elos vivos da era heroica da exploração espacial. Mas como ele mesmo dizia: "Não é sobre chegar lá. É sobre voltar". E voltar ele fez - para sempre na história.