
Imagine aprender sobre protetor solar antes mesmo de decorar a tabuada? Em Manaus, isso agora é realidade. A prefeitura sancionou uma lei que coloca a prevenção do câncer de pele no currículo das escolas municipais — e olha, no coração da Amazônia, essa é uma jogada que pode salvar vidas.
Não é exagero dizer que o sol na região é implacável. Aquele abraço de calor que todo manauara conhece pode ser traiçoeiro. E enquanto alguns ainda acham que "pegar um bronze" é inofensivo, os números contam outra história: o Amazonas tem uma das maiores taxas de incidência da doença no país.
Mudança que vem do berço
A partir de agora, os pequenos vão crescer sabendo que:
- Chapéu não é só acessório de vaqueiro
- Protetor solar deve ser tão rotineiro quanto escovar os dentes
- Sombra é aliada, não fraqueza
"É mais fácil construir adultos conscientes do que consertar hábitos ruins", diz a professora Maria do Carmo, que já está adaptando suas aulas. Ela conta que as crianças estão adorando os "experimentos" com luz UV — quando veem como os raios penetram mesmo na sombra, ficam de queixo caído.
Além da sala de aula
A lei não para nos muros da escola. Haverá:
- Treinamento para professores (muitos nem sabiam que nuvens não bloqueiam raios UV)
- Campanhas comunitárias nos bairros mais vulneráveis
- Parcerias com postos de saúde para distribuição de protetor
E tem mais: os pais estão sendo convocados para essa "lição de casa". Afinal, de que adianta a criança aprender na escola se em casa o exemplo é passar o dia no sol sem proteção?
O dermatologista Dr. Rafael Almeida, que atende no SUS, comemora: "Finalmente estamos atacando o problema na raiz. Nos últimos cinco anos, tive pacientes de 20 anos com câncer de pele — algo que antes era raro antes dos 40".
Parece exagero? Dê uma olhada nos termômetros em dezembro. Com sensação térmica batendo nos 40°C e um sol que parece pessoalmente ofendido com a humanidade, Manaus está certíssima em transformar proteção solar em matéria obrigatória.