
Se tem uma coisa que não para em Joinville, é o telefone do SAMU. A cidade, conhecida por seu polo industrial e eventos culturais, agora ganha um título menos glamoroso: campeã em acionamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Santa Catarina.
Os números são alarmantes. Enquanto outras cidades catarinenses registram chamados esporádicos, em Joinville os telefones não param de tocar. E o pior? A maioria não são simples desmaios ou quedas domésticas — estamos falando de casos que deixam até os médicos mais experientes de cabelo em pé.
O que está por trás dos números?
Conversando com alguns profissionais da saúde (que pediram para não serem identificados), descobri um panorama preocupante:
- Acidentes de trânsito que parecem cena de filme de ação
- Complicações clínicas que poderiam ter sido evitadas com prevenção
- E o mais triste: casos de violência que beiram o absurdo
"Tem dias que a gente nem consegue almoçar direito", confessou um socorrista, entre um gole de café requentado e outro. A equipe, que já trabalha no limite, enfrenta plantões que mais parecem maratonas.
E a infraestrutura? Aguenta o tranco?
Aqui a coisa complica. Com tanto chamado, os hospitais da região estão operando no modo "apaga incêndio". Literalmente. Leitos de UTI? Quase sempre ocupados. Médicos? Sobrecarregados. E os pacientes? Bem, esses não param de chegar.
Não é exagero dizer que o sistema está à beira de um colapso. E olha que estamos falando de uma das cidades mais ricas do estado! Imagina nas outras...
O que dizem as autoridades?
Quando questionados, os gestores públicos enchem a boca para falar em "planos de contingência" e "reforço na equipe". Mas entre o discurso e a prática, sabe como é, né? A realidade nas ruas conta outra história.
Enquanto isso, a população fica no meio do fogo cruzado. "Já liguei três vezes pro SAMU e demorou mais de uma hora", reclama Dona Maria, aposentada que mora no bairro Costa e Silva. Ela não está sozinha nessa frustração.
O paradoxo é cruel: a cidade que mais investe em saúde na região é justamente a que mais sofre com a sobrecarga do sistema. Alguém aí viu essa ironia?