Funcionários de UBS em Piracicaba compram água do próprio bolso — estrutura precária coloca pacientes em risco
Funcionários bancam água em UBS precária de Piracicaba

Imagine trabalhar num lugar onde até a água pra beber falta. Pois é, essa é a realidade dos funcionários de uma UBS em Piracicaba, que estão tirando dinheiro do próprio bolso pra garantir o básico: água potável pros pacientes. E olha que a coisa não para por aí.

Paredes rachadas, infiltrações que parecem cachoeiras em dias de chuva, e um calor que desafia qualquer noção de conforto — o cenário é digno de filme de terror, mas acontece de verdade, todo santo dia. "A gente se vira como pode", desabafa uma técnica de enfermagem que prefere não se identificar. "Mas cadê o respeito com a população?", questiona.

O retrato da negligência

Não é de hoje que a unidade sofre com problemas crônicos:

  • Bebedouros quebrados há mais de 6 meses
  • Banheiros em condições precárias
  • Sistema elétrico que dá calafrios (no mau sentido)

O pior? Segundo relatos, as reclamações já foram feitas à prefeitura inúmeras vezes. A resposta? Um silêncio que fala mais alto que qualquer promessa eleitoral.

Efeito dominó

Quando a estrutura falha, quem paga o pato é sempre o mesmo: o cidadão. Pacientes idosos precisam esperar horas sem acesso à água. Crianças com febre enfrentam um calor de derreter. E os profissionais de saúde? Esses viram fazedores de milagres com as próprias mãos.

"Já perdi as contas de quantas vezes comprei garrafão de água", conta um agente comunitário. "Mas até quando a gente vai ter que bancar o que é obrigação do poder público?"

Enquanto isso, na prefeitura, o jogo de empurra-empurra continua. Uns dizem que a verba tá curta. Outros juram que o problema tá na burocracia. E a população? Ah, essa segue na fila, esperando — literalmente — por um gole de dignidade.