
Numa tacada que deixou cientistas de cabelo em pé, os Estados Unidos anunciaram um corte bilionário no financiamento de vacinas globais. E olha que o planeta ainda está se recuperando da Covid-19!
"É como desmontar os extintores de incêndio enquanto as brasas ainda fumegam", dispara o infectologista brasileiro Carlos Starling, referência internacional no tema. O especialista — que já viu de tudo nesses 30 anos de carreira — não esconde a indignação.
O preço da miopia política
Enquanto isso, no Congresso americano, o orçamento para imunização global caiu de US$ 1 bilhão para... Quer saber? Míseros US$ 200 milhões. Uma redução de 80% que faz até o mais otimista dos epidemiologistas tremer nas bases.
- Programas de vacinação infantil em risco
- Pesquisas contra doenças negligenciadas ameaçadas
- Estoques estratégicos de emergência comprometidos
"É de cair o queixo", comenta Starling, enquanto ajusta os óculos. "Na era das mudanças climáticas e da superpopulação, vírus encontram terreno fértil para saltar entre espécies. E a gente desarma os sistemas de alerta?"
Efeito dominó
O Brasil, claro, sentirá o baque. Países em desenvolvimento dependem desses fundos como planta de sol — especialmente para manter programas como o de imunização contra a pólio, que teima em ressurgir em regiões pobres.
E não adianta achar que é problema dos outros: num mundo hiperconectado, patógenos não respeitam fronteiras. Basta um voo internacional para o sarampo de Lagos virar problema paulistano.
Enquanto isso, nas redes sociais, a discussão esquenta. De um lado, os que defendem "América First". Do outro, especialistas que lembram: saúde global não é caridade — é segurança sanitária.
E você, acha que economizar em prevenção hoje pode sair caro amanhã? A história sugere que sim. Basta lembrar como a gripe espanhola mudou o século XX.