
Em um movimento que parece finalmente ouvir os apelos silenciosos da população, Macapá decidiu virar o jogo na saúde mental. A prefeitura, não contente em apenas pintar de amarelo os postos de saúde, resolveu agir de verdade.
A partir de agora, quem precisa de um ombro amigo ou de uma escuta profissional vai encontrar portas abertas em horários ampliados. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão com uma carga horária estendida para atendimentos psicológicos – e isso, convenhamos, é mais que necessário.
Como vai funcionar na prática? A secretária municipal de Saúde, Silvana Vedovelli, explicou que a ideia é simples: tornar o acesso mais humano. Os profissionais de psicologia vão atender em horários complementares, incluindo turnos da tarde e noite. Porque afinal, crise emocional não marca hora para aparecer.
E tem mais: a prefeitura criou um disque-acolhimento (o 0800 096 1103) que funciona 24 horas por dia. É aquele número que pode salvar uma vida quando tudo parece escuro. A iniciativa é parte da campanha "Valorizando a Vida", que vai muito além de discursos bonitos.
O que pouca gente percebe é que isso representa uma pequena revolução no SUS local. Antes, buscar ajuda psicológica era uma via crucis – agora, torna-se um caminho possível. A medida chega durante o Setembro Amarelo, mas a intenção (assim esperamos) é que seja permanente.
Números alarmantes mostram que o Amapá vive uma situação delicada quando o assunto é saúde mental. Segundo a própria secretaria, o estado apresenta índices preocupantes de violência autoprovocada. Essa ampliação não é um luxo, mas uma necessidade urgente.
Para quem precisa de ajuda imediata, além do disque-acolhimento, vale lembrar do Centro de Valorização da Vida (188) e do Disque Saúde (136). São canais que podem fazer a diferença entre o desespero e a esperança.
No fim das contas, a medida mostra que Macapá está aprendendo uma lição crucial: cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. E que bom quando a gestão pública finalmente enxerga isso.