
Parece que finalmente alguém resolveu botar o dedo na ferida — e não é qualquer um. A Comissão de Saúde de Mato Grosso decidiu que transtorno do espectro autista (TEA) e doenças raras não podem mais ficar escondidas debaixo do tapete. E olha que não foi sem luta.
O que tá rolando?
Na última terça (3), aquela reunião que parecia mais uma burocracia qualquer acabou virando palco de discussões que valem ouro. Dois projetos — um sobre autismo, outro sobre doenças raras — roubaram a cena. E não foi só discurso bonito não: tinha gente com histórias de vida que dariam roteiro de novela.
"A gente cansa de ver família se virando nos 30 pra conseguir um tratamento decente", soltou um dos deputados, enquanto ajustava os óculos com ar de quem já viu muita coisa. E não é que ele tem razão?
Os números que doem
- No Brasil, estima-se que 2 milhões de pessoas estejam no espectro autista
- Doenças raras? Afetam 13 milhões de brasileiros — sim, você leu certo
- E adivinha? A maioria enfrenta uma via crucis pra conseguir diagnóstico e tratamento
Não é à toa que o clima na assembleia ficou pesado quando começaram a relatar casos de pacientes que peregrinam por consultórios durante anos. "Isso aqui não é problema de saúde, é caso de polícia", disparou uma mãe de autista, com os olhos cheios daquela mistura de raiva e cansaço que só quem vive na pele conhece.
E agora?
Os projetos em discussão prometem — veja bem, prometem — melhorar desde o diagnóstico precoce até o acesso a tratamentos especializados. Tem até proposta pra criar centros de referência, coisa que hoje é mais rara que diamante em leilão.
Mas sabe como é né? Entre o discurso e a ação, tem um abismo do tamanho do Pantanal. O que salva é que dessa vez parece ter pegado fogo no parquinho. Até o presidente da comissão, que normalmente fala com aquela voz de quem tá lendo bula de remédio, pareceu genuinamente incomodado.
"Se a gente não fizer nada, daqui a pouco tão enterrando criança que poderia ter tido uma vida digna", soltou ele, num momento raro de sinceridade que fez até o ar-condicionado parecer parar por um segundo.
Enquanto isso, nas redes sociais, o assunto já virou trend — com direito a hashtag, memes e até desafio de dança (porque é claro que não podia faltar). Mas o que importa mesmo é se dessa vez o papo vai virar ação. Ou vamos continuar nesse looping infinito de promessas e frustrações?