Coqueluche em SC: Bebês em risco com 97 casos e 2 mortes em 2025 — saiba como se proteger
SC: Coqueluche mata 2 bebês em 2025; vacinação urgente

O que parecia um problema do passado voltou com força total em Santa Catarina. A coqueluche, doença que muitos achavam controlada, já infectou 97 pessoas só neste ano — e o pior: duas delas não resistiram. Bebês, frágeis e ainda sem defesas, são as principais vítimas.

Não é exagero dizer que o estado está em alerta vermelho. As secretarias de saúde já estão de cabelo em pé, correndo contra o tempo para evitar que mais famílias passem pelo desespero de perder um filho para uma doença que, teoricamente, poderia ser evitada.

Por que os bebês são os mais afetados?

Simples: eles ainda não completaram o esquema vacinal. Enquanto os adultos — que deveriam estar imunizados — negligenciam a vacina, as crianças pagam o preço. Uma ironia cruel da saúde pública.

Os sintomas? Começa como um resfriado bobo, mas em poucos dias vira um pesadelo:

  • Tosse incontrolável que deixa a criança roxa
  • Dificuldade para respirar entre os acessos
  • Vômitos após crises intensas
  • Barulho característico ao inspirar (aquele "guincho")

"A gente pensa que é só uma gripe forte até ver o bebê sufocando", relata uma mãe que preferiu não se identificar. Ela passou três noites em claro no hospital com o filho de 4 meses.

Vacinação: a saída óbvia que muitos ignoram

O calendário básico prevê três doses para os pequenos (aos 2, 4 e 6 meses), além de reforços. Mas aqui vai o pulo do gato: os adultos ao redor precisam estar vacinados também. É a chamada "proteção de rebanho" — quando todo mundo se protege, os que não podem se vacinar ficam mais seguros.

As gestantes têm papel crucial nessa história. A vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular), aplicada a partir da 20ª semana, passa anticorpos para o feto. Uma espécie de "escudo temporário" até que o bebê possa receber suas próprias doses.

Mas adivinha? A cobertura vacinal está abaixo do ideal. Muito abaixo. E agora colhemos os frutos amargos dessa negligência coletiva.

O que fazer diante do surto?

As autoridades recomendam:

  1. Verificar a caderneta de vacinação de toda a família
  2. Correr para o posto de saúde se houver atrasos
  3. Ficar alerta aos primeiros sintomas — em bebês, a doença progride rápido
  4. Evitar aglomerações com recém-nascidos

Enquanto isso, os hospitais se preparam para o pior. Leitinhos de UTI neonatal já estão disputados, e os pediatras trabalham no limite. "É desgastante ver crianças sofrendo por algo evitável", desabafa um médico que atende na região mais afetada.

O recado está dado. Resta saber se a população vai acordar a tempo — ou se vamos ver mais pequeninos pagando o preço da nossa desatenção.