
Imagine uma fila que parece não ter fim. Crianças aguardando meses — às vezes anos — por uma chance de viver sem dor. Em Santos, litoral de São Paulo, esse cenário começou a mudar num final de semana que misturou jalecos, esperança e um tanto de mágica hospitalar.
Nada menos que 42 procedimentos cirúrgicos foram realizados num piscar de olhos. Desde aquelas adenoamigdalectomias (sim, a famosa "operação de garganta") até correções de fimose que tiravam o sono dos pequenos e seus pais. O Hospital Municipal de Santos virou um formigueiro de especialistas voluntários.
Como um dominó de bons resultados
"Quando vi meu filho acordar sem aquela dificuldade para respirar, parecia que tínhamos ganho na loteria", contou Maria, mãe de João, 7 anos, num relato que arrancou lágrimas até dos mais durões da equipe. Histórias como essa se repetiram nos corredores — cada uma com seu sotaque emocionado.
O esquema foi tão bem bolado que até quem trabalhou 16 horas seguidas saiu com aquela sensação gostosa de dever cumprido. "É cansativo? É. Mas ver a fila diminuir... não tem preço", disparou um cirurgião entre um café e outro.
Os números que importam
- 42 crianças operadas em 48 horas
- 15 especialistas voluntários
- 3 meses de espera eliminados
- Infinitos sorrisos de alívio
E não foi só bisturi e ponto final. O mutirão — organizado pela prefeitura em parceria com a Sociedade de Pediatria — incluiu desde triagem psicológica até orientação nutricional pós-cirúrgica. Quase um "pacote completo" de cuidados.
"Agora é torcer para que iniciativas como essa virem rotina", comentou uma enfermeira enquanto arrumava os últimos curativos. Afinal, saúde infantil não deveria ser privilégio de quem pode esperar, concorda?