Tragédia no interior de SP: menino sonhava em ser jogador de futebol antes de morrer picado por escorpião
Menino morre após picada de escorpião em SP; sonhava com futebol

Era para ser mais um dia comum na vida do pequeno Lucas — sim, vamos chamá-lo assim, porque nomes importam quando histórias doem. Doze anos, cheio de sonhos e aquele jeito desengonçado de adolescente que acha que pode conquistar o mundo com uma bola nos pés. Só que o destino, esse maldito roteirista de tragédias, resolveu mudar o script.

Na última segunda-feira, enquanto a maioria de nós reclamava do trânsito ou do café que esfriou, a família do menino encarava o pior pesadelo possível. Uma picada. Sim, só isso. Um escorpião amarelo — daqueles que a gente até conhece de vista, mas nunca imagina que vai fazer estrago — decidiu que aquela seria sua última refeição.

"Ele queria ser o novo Neymar"

Dona Maria — nome fictício pra preservar quem já sofre demais — contou, entre lágrimas que não paravam de escorrer, que o filho vivia com a camisa do time local colada no corpo. "Até dormia com ela às vezes", disse, num sorriso triste que doía mais que o veneno. O quarto do garoto? Um museu improvisado de figurinhas de jogadores e troféus de campeonato de várzea.

Os médicos do Hospital da Criança fizeram o possível, juro. Correram contra o tempo como se estivessem no último minuto de uma final de campeonato. Mas o veneno — esse covarde que age nas sombras — foi mais rápido. Sintomas apareceram como torcedores invadindo campo: desordenados, violentos, sem controle. Dor intensa, sudorese, taquicardia... E depois, silêncio.

Alerta vermelho no bairro

O caso acendeu um sinal de alerta maior que estádio lotado na região. A prefeitura local — que normalmente anda mais devagar que time rebaixado — prometeu mutirão de limpeza. "É inaceitável", disse um vizinho, esbravejando como torcedor após derrota clássica. Terrenos baldios com entulho, lixo acumulado... O cenário perfeito para esses aracnídeos assassinos.

Enquanto isso, na casa agora silenciosa, a camisa número 10 do time preferido de Lucas balança no varal, esperando um dono que nunca mais vai vesti-la. A bola, encostada num canto, parece saber que perdeu seu melhor jogador.

PS: Se você mora em área de risco, não espere o apito final. Limpe quintais, vede frestas. Porque nesse jogo contra escorpiões, o empate já é derrota.