
Quem diria que aqueles mesmos jogos que deixam pais de cabelo em pé — sabe, quando a criançada fica vidrada na tela por horas — poderiam ser justamente a chave para desenvolver habilidades importantes? Pois é, no Espírito Santo, um projeto tá virando o jogo (trocadilho totalmente intencional) no atendimento a crianças neurodivergentes.
Pixel por pixel, construindo conexões
Não é magia, é tecnologia com propósito. A iniciativa, que começou discretamente num centro especializado em Vitória, usa games não como distração, mas como ferramenta séria de desenvolvimento. "A gente viu que os meninos respondiam melhor aos estímulos quando inseridos nesse universo que eles já dominam", conta uma das terapeutas, enquanto ajusta o headset de realidade virtual.
Os resultados? Impressionantes:
- Melhora de até 40% na concentração em tarefas escolares
- Redução significativa de crises em crianças com autismo
- Desenvolvimento acelerado de habilidades motoras finas
Não é só apertar botões
Por trás da aparente diversão, tem ciência de montão. Cada jogo foi adaptado — ou criado do zero — por uma equipe multidisciplinar que inclui psicólogos, pedagogos e, pasmem, até designers de games. Juntos, eles transformam desafios virtuais em ganhos reais.
"Tem um jogo de plataforma que trabalha noção espacial, outro de ritmo que ajuda na coordenação... até multiplayer tem, pra estimular interação social", enumera o coordenador, enquanto uma criança de 8 anos com TDAH completa mais uma fase — e dá um pulinho de comemoração que fala mais que qualquer relatório.
O lado humano da tecnologia
O que mais emociona os profissionais? Ver crianças que antes mal mantinham contato visual agora explicando estratégias de jogo pros colegas. Ou aquelas que tinham dificuldade com lápis agora desenhando mundos inteiros no tablet.
Claro que não é fórmula mágica — cada criança responde no seu tempo. Mas quando o clique acontece... ah, quando acontece, é daquelas vitórias que nem o melhor final de jogo consegue superar.
E o projeto, que começou pequeno, já chama atenção até de outros estados. Quem sabe não estamos vendo nascer aqui no ES um modelo que pode, quem diria, mudar regras do jogo na inclusão de neurodivergentes?