Bebê supera hemorragia cerebral em cirurgia pioneira em Roraima: um milagre na maternidade
Bebê supera hemorragia cerebral em cirurgia inédita em RR

Imagine a cena: um recém-nascido, frágil como um passarinho, chega às pressas no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth com uma hemorragia craniana grave. A vida dele pendia por um fio — e o que aconteceu depois escreveu um capítulo extraordinário na medicina de Roraima.

Na última sexta-feira, 19 de setembro, uma equipe médica realizou pela primeira vez no estado uma cirurgia cerebral em um bebê de apenas 11 dias. O procedimento, delicadíssimo, durou cerca de três horas e meia. Três horas e meia de tensão, concentração absoluta e esperança.

Um desafio médico sem precedentes

O neurocirurgião Pedro Augusto, responsável pelo caso, não esconde a emoção ao relembrar. "Não foi simples", confessa, com a voz ainda carregada daquele misto de preocupação e alívio. "A hemorragia era significativa, e o tempo era nosso inimigo."

O bebê — um guerreiro minúsculo — apresentou um hematoma subdural, acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio. Algo assustador para qualquer família, especialmente num estado onde procedimentos assim nunca tinham sido feitos.

A virada inesperada

Surpreendentemente, a recuperação foi além das expectativas. Dois dias depois da cirurgia, o recém-nascido já respondia aos estímulos, se alimentava bem e — pasmem — até chorava com força. Sinais vitais estáveis, sem complicações pós-operatórias. Quem diria, né?

A mãe, visivelmente aliviada mas ainda com marcas da angústia nos olhos, agradeceu à equipe. "Deus ouviu nossas orações", disse, segurando firmemente o celular como se fosse um terço. "Eles foram anjos na nossa vida."

O que isso significa para Roraima?

Além do desfecho feliz, o caso simboliza um avanço e tanto para a saúde pública local. Mostra que é possível realizar procedimentos de alta complexidade aqui mesmo, sem precisar transferir pacientes para outros estados — o que sempre foi um calo pra muita gente.

O hospital, que é referência em atendimento materno-infantil no estado, provou que capacidade técnica e humanização podem andar juntas. E que histórias como essa renovam a fé no SUS — ah, como renovam!

O bebê segue em observação, mas tudo indica que sua jornada — começada com tanto drama — terá um final feliz. Uma daquelas notícias que a gente lê e pensa: é, ainda bem que existem profissionais assim por aí.